Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Santo André (SP): Firestone: mesmo sem acordo, funcionários vibram


Escrito por Michele Loureiro

Os rumores de redução de jornada e salário na Bridgestone Firestone, em Santo André, animaram os funcionários da empresa. Mesmo sem o anúncio oficial, na fábrica, os trabalhadores se diziam aliviados com o afastamento da hipótese de demissão. O Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região se reúne hoje com a empresa para acertar os detalhes do plano que visa diminuir a produção e reduzir o estoque estimado em 1,2 milhão de unidades.

Segundo o presidente do sindicato, Terezinho Martins da Rocha, a redução ainda não foi acordada, mas é a primeira opção de proposta com a empresa. “Mesmo com a adesão de 200 funcionários ao PDV (Programa de Demissão Voluntária), que terminou dia 17, o número de funcionários – restaram 3.100 trabalhadores – ainda é maior que o necessário. Por isso, acreditamos que a melhor saída é reduzir a jornada de trabalho”, explicou Rocha.

A redução de jornada e salário é uma das alternativas utilizadas por sindicatos e empresas como forma de impedir demissões. A solução que será tomada hoje na Firestone também foi adotada pela concorrente Pirelli.

“Como a Bridgestone Firestone fornece produtos para montadoras como a GM (General Motors), a situação deve melhorar nos próximos meses com o aumento das vendas em consequência da prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, disse o sindicalista.

A empresa não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade da redução de jornada e salário, mas desde o início das negociações com o sindicato tem enfatizado a intenção de proteger o emprego.

NACIONAL – Guiadas pelas incertezas geradas pela crise econômica, nos últimos seis meses a maioria das negociações sindicais rumaram para a reduções de jornada e salário, o PDV (programa de demissão voluntária), férias coletivas e licenças remuneradas. O objetivo comum entre empresas e sindicatos é diminuir a produção, a espera da retomada do mercado, sem demissões.

Na tarde de ontem, representantes das seis centrais sindicais do País se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, em Brasília. A idéia é apressar a aprovação do projeto que prevê a redução de jornada de 44h para 40h semanais, sem redução de salário.

“O País está preparado para isso, afinal a produtividade nacional aumentou muito ao longo dos anos. Seriam 2 milhões de empregos gerados há curto prazo”, enfatizou Arthur Henrique, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Fonte: Diário Gde ABC