
Bruno Saia e Folha Online
do Agora
Pelo menos 688 trabalhadores foram demitidos pelas montadoras de veículos no segundo bimestre deste ano, informa a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores).
O grande número de demissões foi registrado mesmo após a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos novos, que foi definida pelo governo em dezembro do ano passado. Em janeiro, o setor contava com 108.979 empregados no total, número que caiu para 108.291 em fevereiro.
O objetivo da medida, que vale até o final do mês, é aquecer o mercado interno, aumentando a produção das empresas e, consequentemente, evitando os cortes.
Segundo o resultado da Anfavea, o principal motivo das demissões foi a queda no volume de exportações, que não são afetadas pela redução do IPI. A produção para o mercado interno voltou a subir após a redução do imposto.
Para sindicatos de trabalhadores da categoria, o governo deveria exigir uma contrapartida das empresas -como a garantia do emprego- para manter a redução do IPI a partir de abril. “O problema é que o governo reduziu impostos sem exigir que as empresas mantivessem os empregos. Por isso elas usaram o benefício e continuaram demitindo”, diz Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Prorrogação
Na semana passada, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o governo ainda não havia definido sobre a prorrogação do desconto no IPI. De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo ainda não chegou a nenhuma definição sobre o assunto.
Em todo o setor, que inclui veículos, máquinas agrícolas, caminhões e ônibus, foram fechados 7.769 empregos desde outubro.