DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As barreiras comerciais adotadas recentemente pela Argentina afetam 10% das exportações brasileiras. O cálculo, feito pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), considera as vendas anuais dos produtos brasileiros vítimas do protecionismo do país vizinho. Em um ano, são menos US$ 1,5 bilhão.
O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, disse que a conta considera apenas “barreiras comerciais conhecidas”, ou seja, adotadas oficialmente, como medidas “antidumping” (que evitam a venda de produtos abaixo do preço de custo). O país vem usando táticas como demora na liberação de licenças não-automáticas para impedir ou atrasar a entrada de importados.
Barral deixou claro que o governo brasileiro está disposto a lutar nos tribunais e citou Nelson Rodrigues para dar o tom da disputa que pode acontecer. “A posição do Brasil é rodriguiana. Todo protecionismo será castigado.” O “castigo”, disse, será em reclamações na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Barral acredita, porém, que o fim do protecionismo argentino não significa aumento das exportações brasileiras para aquele país, pois sobre a redução das vendas também incide a queda na demanda interna.
As exportações do Brasil para a Argentina caíram 44,8% em fevereiro ante o mesmo mês de 2008 e somaram US$ 690 milhões. No primeiro bimestre do ano passado, a Argentina representava 10% das vendas externas brasileiras e agora responde por 7%.