Depois de o Banco Central elevar na semana passada a taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que concentrar todo esforço da política monetária para conter o consumo doméstico pode levar a um aumento severo dos juros e provocar uma desaceleração nas taxas de crescimento da economia.
“Num contexto em que parcela expressiva da pressão sobre os preços é externa, direcionar à demanda privada o esforço para conter todo a inflação pode induzir a uma elevação substancial dos juros, o que trará impactos negativos sobre o crescimento”, destaca estudo elaborado pela CNI, que compara as taxas de inflação e de crescimento do Brasil com as de outros países.
O economista da CNI e autor do estudo, Paulo Mol, defende o uso da banda de tolerância da meta de inflação. “Se o BC mirar no centro da meta, ele será muito rigoroso seja em magnitude ou em longevidade no aumento das taxas de juros”, afirmou ao Grupo Estado. Para ele, esta calibragem deve ser usada em momentos como o atual, em que há uma pressão inflacionária em todo o mundo.