Bruno Saia, Luciana Lazarini e Folha de S. Paulo
A GM (General Motors) anunciou que 900 funcionários das plantas de São José dos Campos (97 km da capital) e de São Caetano do Sul, no ABC, já entraram em licença remunerada nesta semana.
Os trabalhadores são dos setores de produção da empresa e irão ficar em casa durante 30 dias. Eles trabalharam até sexta-feira passada.
Segundo a empresa, a justificativa para a concessão das licenças remuneradas são os ajustes necessários na produção em função da atual demanda do mercado -com a crise, caiu a venda de carros. Eles afirmam que as licenças não vão reduzir os turnos nem parar a produção.
São 300 funcionários afetados na fábrica em São Caetano do Sul e 600 na planta de São José dos Campos.
No total, são 15.124 trabalhadores do setor de produção das duas unidades da GM -7.961 funcionários em São José e 7.163 em São Caetano.
Na licença remunerada, o trabalhador continua recebendo mensalmente o salário integral, sem ter de trabalhar. As empresas são obrigadas a fazer todos os recolhimentos previdenciários ou trabalhistas. Na prática, é como se o empregado ainda estivesse trabalhando, e a única vantagem para a empresa é economizar em custos com alimentação e transporte.
Protesto
Ontem, cerca de 1.200 trabalhadores fizeram um protesto em frente à fábrica da GM, em São Caetano do Sul, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Caetano do Sul. Os manifestantes ocuparam uma das pistas da avenida Goiás.
Ontem, acabou o prazo de 30 contratos temporários de trabalhadores de São Caetano, que não foram renovados.
Os temporários querem uma definição em relação à possibilidade de renovação. A GM não comenta o assunto. Uma reunião entre a empresa e os trabalhadores está marcada para o dia 5 de março.
Ontem, a GM, nos EUA, anunciou um prejuízo de US$ 9,6 bilhões no último trimestre de 2008. As perdas somaram US$ 30,9 bilhões em 2008 -o equivalente a quase um sexto das reservas internacionais do Brasil.