Anay cury e Folha de S. Paulo
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Embraer não só ratificou a demissão de 4.200 funcionários como afirmou que não há previsão de recontratação pelos próximos dois ou três anos, quando, segundo a empresa, o cenário econômico continuará ruim, sem retomada nas encomendas externas.
No encontro, o presidente Lula pediu que a Embraer incremente os benefícios sociais a quem perdeu o emprego, oferecendo algo além do pagamento do plano de saúde pelos próximos 12 meses, já oferecido pela empresa.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse que foi explicado a Lula que as demissões aconteceram por causa da redução de 30% na demanda por aviões no mercado externo. Questionado sobre o motivo pelo qual a empresa não optou por medidas menos drásticas, Curado disse que não foi possível.
Tanto Curado quanto o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) disseram que Lula não pediu para que as demissões fossem canceladas. “O presidente nos fez um apelo para ver o que a empresa pode fazer além do que já está fazendo”, afirmou Curado.
Cobrado a respeito dos empréstimos do BNDES à Embraer, Jorge disse que, na verdade, o banco não financia diretamente a empresa. “O BNDES financia quem compra os aviões da Embraer”, disse.
Segundo Curado, as demissões não foram objeto de negociação com o governo e foram comunicadas perto de ser anunciadas. De acordo com Miguel Jorge, o presidente foi avisado na quinta-feira passada. A Força Sindical e a Conlutas deverão entrar nesta semana com uma ação no TRT da 15ª Região pedindo que a Justiça reconheça as demissões na Embraer como sendo irregulares.