Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Benefício acima do piso tem reajuste menor


Juca Guimarães

do Agora

O Ministério da Previdência Social anunciou que o reajuste para os 8,4 milhões de aposentados que ganham mais que o piso será de 5,92% -menor do que o aumento de 6,22% aprovado no Congresso, em dezembro, na proposta de Orçamento para 2009.

O índice foi publicado ontem no “Diário Oficial” da União -há menos de 15 dias, foi anunciado um aumento real (acima da inflação) de 6,39% para o salário mínimo.

De acordo com o ministério, foi aplicada a regra que está em vigor desde 2006, isto é, os benefícios (aposentadorias, pensões, auxílios e benefícios por invalidez) com valor acima de R$ 415 têm aumento com o mesmo índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para compensar a inflação do período.

Se o governo tivesse aplicado o índice proposto no Orçamento, o custo mensal do reajuste seria de R$ 564,5 milhões. Com o índice menor, cai para R$ 537,2 milhões.

A folha do INSS, só com os 8,4 milhões de pagamentos para quem ganha mais que o piso, era de R$ 9,07 bilhões por mês antes do reajuste.

Para os segurados que ganham o piso, a alta será a mesma do mínimo, de 12,05%. Isto é, o benefício sobe de R$ 415 para R$ 465. E os 350 mil beneficiários que recebem entre R$ 415,05 e R$ 439 também passarão a ganhar R$ 465.

Nesses casos, mesmo recebendo mais do que o piso antigo (R$ 415), o valor do benefício com o novo reajuste seria menor do que o novo salário mínimo, por isso, o valor será elevado até R$ 465.

“Na prática, são segurados que recebiam mais de um salário mínimo e que agora vão receber o piso. Estamos muito desapontados com o índice anunciado. Não dá para nada”, disse Warley Gonçalves, presidente da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas).

Para a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o governo deveria ter negociado um índice melhor. “Faz oito meses que o ministro não se reúne com os aposentados. Esse reajuste é inadequado e foi imposto sem diálogo”, disse Epitácio Luiz Epaminondas, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT. Em nota, o Sindicato dos Aposentados da Força Sindical também criticou o reajuste.