Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Emprego industrial tem o pior resultado desde 2001

 

Número de ocupados caiu 1,8% em dezembro

Jacqueline Farid

O emprego industrial chegou ao fim de 2008 com o pior resultado apurado pelo IBGE desde o início da série histórica em 2001. O número de ocupados caiu 1,8% em dezembro ante novembro. Ante dezembro de 2007, houve recuo de 1,1%. As demissões na indústria paulista, que responde por 35% da ocupação do setor, puxaram para baixo os resultados nacionais.

Apesar das quedas mensais, a ocupação na indústria fechou o ano com alta de 2,1%, garantida especialmente pela expansão de 2,7% apurada de janeiro a setembro. O economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, observou que os resultados negativos do emprego industrial em dezembro refletem a forte perda de dinamismo na produção no último trimestre de 2008.

Segundo ele, o emprego habitualmente responde com defasagem aos movimentos na atividade, mas como a perda na produção foi muito intensa não é possível saber ainda se os resultados de dezembro são um “contágio final” ou se tendem a se aprofundar.

Macedo explicou que, em termos setoriais, os segmentos que vinham puxando o emprego industrial em 2008 mostraram forte desaceleração. É o caso de veículos, que em outubro ainda registrava um aumento de 7% no emprego ante igual mês de 2007, passou para uma alta de 4% em novembro e, por fim, a um aumento de apenas 1,1% em dezembro.

Outro exemplo é a produção de máquinas e equipamentos, que caiu de 8,4% em outubro para 2,7% em dezembro. Segundo ele, as atividades que já apresentavam queda no emprego, como calçados e têxteis, mantiveram o ritmo de recuo, sem alteração causada pela crise. Segundo Macedo, a queda de 1,1% no emprego em dezembro ante igual mês de 2007 – pior resultado desde janeiro de 2004 – foi puxada por São Paulo, com recuo de 0,8%.