Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

ESSA FOI A MAIOR QUEDA NO NÚMERO DE POSTOS DE TRABALHO DESDE 1994; 7.000 VAGAS FORAM FECHADAS DURANTE O ANO PASSADO, DE ACORDO COM A FIESP

A indústria paulista demitiu 130 mil trabalhadores em dezembro e terminou o ano com 7.000 postos a menos (a diferença entre contratações e demissões), ante 106 mil gerados em 2007, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Esse corte é o maior desde 1994, quando a pesquisa começou a ser feita. Em novembro, o setor havia demitido 34 mil trabalhadores.

De setembro de 2007 a setembro de 2008 a indústria gerou cerca de 8.000 vagas ao mês. Sem contar os dois últimos meses do ano, quando há cortes por conta do fim da safra da cana-de-açúcar, a média mensal foi de cerca de 18,5 mil postos no período. Desde outubro, porém, a indústria perdeu 174 mil vagas.

Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, destacou que o Estado nunca havia registrado desaceleração tão violenta. Em dezembro, todos os 21 setores da indústria tiveram saldo negativo na criação de empregos. “Nunca tivemos dúvidas de que a crise chegaria ao Brasil, mas ela é maior do que se esperava. Em três meses, perdemos um número de empregos que superou tudo o que havíamos ganho em 2008.”

O segmento de máquinas e equipamentos de escritório e informática foi o que registrou a maior queda em dezembro, com redução de 29,5% vagas, seguido pelo setor ligado ao petróleo (-24,9%), alimentos e bebidas (-20,5%) e artigos de couro e calçados (-9,8%).

Desde o início do ano, o governo tem oferecido benefícios para as empresas. O ministro Carlos Lupi (Trabalho), porém, defende que quem utilizar os recursos tenha de garantir os empregos. A Fiesp classificou a proposta como “inconcebível”.

Ontem, a Força Sindical soltou um manifesto assinado por várias centrais, além da própria Fiesp, cobrando “medidas práticas e imediatas” do governo para combater a crise.

(Bruno Saia e FSP)