Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Vale propõe licença com corte de 50% do salário

EMPRESA AINDA ESPERA RESPOSTA DE SINDICATOS PARA DECIDIR QUANTOS TRABALHADORES PODERÃO TIRAR A LICENÇA, QUE VALERÁ ATÉ 31 DE MAIO

A Vale propôs ontem aos sindicatos de trabalhadores de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul um acordo de licença remunerada até 31 de maio para evitar possíveis demissões em razão da queda de demanda gerada pela crise. A companhia ofereceu pagar pelo menos 50% dos salários dos empregados afastados, além dos benefícios. A redução máxima, de 50%, valerá para quem ganha acima de R$ 1.712, já que a Vale garante pagamento mínimo de R$ 856 durante a licença.

A empresa se compromete a não demitir durante a licença.

A proposta vale para todos os trabalhadores da empresa no país filiados a um sindicato. Segundo a Vale, 24 sindicatos avaliam as propostas. As licenças serão concedidas de acordo com a necessidade. Cerca de 19 mil trabalhadores mineiros e 345 de Mato Grosso do Sul podem ser atingidos.

O presidente da mineradora, Roger Agnelli, disse ontem que o programa é temporário e tem como objetivo evitar novas demissões. Ele afirma que a medida já foi aprovada por parte dos trabalhadores. “A Vale continua trabalhando para evitar ao máximo e, se possível, totalmente as demissões. Não queremos demitir. O que precisamos fazer é passar por um período, que eu espero que seja bastante curto, para voltar a crescer.”

Agnelli disse que a empresa tem investimentos que devem ficar prontos neste ano e que exigirão mais trabalhadores.

Desde o aprofundamento da crise, a Vale demitiu 1.300 funcionários e concedeu férias coletivas a outros 5.500. Os afastamentos ocorreram, basicamente, nas unidades de Minas e do Rio. A produção foi reduzida em 30 milhões de toneladas, ou 9% do total.

(Bruno Saia, FSP e FOL)