Mineradora vale US$ 31,6 bilhões, mas tem dívidas de US$ 38,9 bilhões
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Rio Tinto Group, terceira maior mineradora do mundo, vai fechar 14 mil empregos ao redor do globo, reduzir os investimentos em mais de 50% e vender “ativos significativos”, num momento em que a demanda por metais despenca, em meio a um quadro mundial de recessão.
No Brasil, 85% dos 600 funcionários vão entrar em férias coletivas entre 22 de dezembro e 20 de janeiro, segundo apurou a Folha.
De acordo com a assessoria de imprensa, não há, por enquanto, demissões programadas na filial brasileira, e todos os investimentos estão, por ora, mantidos. O Credit Suisse Group AG, no entanto, já disse que a Rio Tinto deverá postergar US$ 32 bilhões em novos projetos no ano que vem.
Entre os projetos adiados devem estar a mina de ferro de Simandou, na Guiné, de US$ 6 bilhões. Na Austrália, espera-se que sejam paralisados os projetos de expansão, ao custo de US$ 7 bilhões, de suas minas de minério de ferro na região de Pilbara.
Em Londres, o principal executivo da companhia, Tom Albanese, disse ontem que a Rio Tinto precisa cortar custos “para níveis adequadamente baixos”. Os fechamentos de vagas, segundo ele, vão representar uma economia anual de US$ 1,2 bilhão. A mineradora pretende reduzir os custos operacionais em US$ 2,5 bilhões ao ano, em 2010.
Atualmente, a mineradora tem valor de mercado de US$ 31,6 bilhões, e US$ 38,9 bilhões em dívidas.
Há um mês, a Rio Tinto foi sondada pela mineradora australiana BHP Billiton, que ofereceu a quantia de US$ 194 bilhões pela companhia.
SKF
A empresa sueca SKF, que fabrica rolamentos para a indústria automotiva, anunciou ontem que vai cortar 2.500 trabalhadores no mundo todo em razão da crise mundial e da retração na demanda do setor. Segundo a unidade brasileira da SKF, o grupo ainda não tomou nenhuma decisão sobre possíveis cortes no país.
(MAURÍCIO MORAES)