Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Zona Franca tem 132% mais dispensas do que no ano passado

KÁTIA BRASIL

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O impacto da crise internacional já dá mostras fortes na Zona Franca de Manaus. As demissões de trabalhadores no mês de novembro aumentaram 132% em relação ao mesmo mês no ano passado.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, foram dispensadas 1.580 pessoas em novembro, contra 680 em novembro de 2007, como efeito da retração nas vendas e na produção de produtos como motocicletas e televisores.

Os empresários dizem que as demissões não são resultado apenas da crise. “Não dá para afirmar que as demissões que existiram até o momento sejam somente por conta da crise global. Há demissões em razão de ajustes de demanda no mercado e há demissões em razão de baixa sazonalidade de produtos”, disse Maurício Loureiro, presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas).

Em outubro, quando a crise começou, as montadoras de duas rodas concederam férias forçadas, mas sem demissões. O sindicato diz que, em novembro, a indústria de motocicletas Dafra demitiu 490 empregados -90 tinham carteira assinada; os outros eram terceirizados. A Sundown Yamaha Honda, outra fábrica do setor, também acena com cortes na folha de pagamento.

No setor de eletroeletrônicos, ocorreram demissões nas fábricas da Sony, da Semp Toshiba e da Nokia, segundo o sindicato. Mais 1.630 empregados serão demitidos na primeira semana deste mês. Os prestadores de serviço serão os mais atingidos. Em outubro, as demissões somaram 1.733, de acordo com o sindicato, contra 981 do mesmo mês em 2007.

Apesar da crise, até outubro as indústrias de Manaus haviam faturado US$ 23 bilhões, com previsão de crescimento de 10% ante 2007. Os empregos efetivos somavam 99.893, segundo a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Sidney Malaquias, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, disse que, apesar dos lucros, há indústrias que não pagaram a PLR (Participação de Lucros nos Resultados).