CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores da construção civil ameaçam fazer greve geral em protesto por cortes no setor, e os metalúrgicos podem parar a produção das empresas que demitirem.
Um documento será enviado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Força Sindical) ao presidente Lula e a seis ministros para pedir que o governo suspenda financiamentos públicos a construtoras que demitem.
“Há abuso por parte de construtoras que usam o pretexto da crise para cortar custos, demitindo quem ganha mais para admitir por salários menores”, afirma Antonio de Sousa Ramalho, presidente do sindicato. Ele diz que o número de rescisões de contrato (demissões e pedidos de demissão) feitas diariamente na entidade passou de 40 em setembro para 150 em outubro, 120 em novembro e 80 desde o início deste mês. “Não há justificativa porque recursos estão sendo liberados para o setor. E até julho faltavam 230 mil profissionais qualificados. Os funcionários, disputados pelo mercado, receberam salários mais altos. Agora, maus patrões estão vendendo o fantasma da crise para achatar salários.”
Os metalúrgicos também ameaçam paralisar a produção das autopeças e fábricas de máquinas e eletroeletrônicos para garantir os empregos. “As fábricas devem conceder férias coletivas, banco de horas, licença, antes de jogar o peso da crise para os trabalhadores”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.