21 de abril é o dia do trabalhador metalúrgico, uma das profissões mais antigas e importantes do mundo. Desde a pré-história e ao longo dos séculos a evolução da humanidade tem passado pelas mãos dos metalúrgicos, seja na fundição de moedas, dos instrumentos de trabalho, dos meios de transporte, na construção e desenvolvimento das cidades e da economia mundial.
No Brasil, a participação dos metalúrgicos na vida nacional se estendeu para além da economia. Organizados, os metalúrgicos tiveram um papel importante na construção dos direitos dos trabalhadores, da democracia e dos direitos humanos e sociais em nosso país, principalmente durante todo o século XX. Quando o país mais precisou, lá estavam os metalúrgicos colocando- a serviço da nação o seu poder de organização e mobilização. Foi assim, durante a luta pela instituição da CLT nos anos 40; na luta contra a ditadura militar nos anos 70;contra a famigerada política neoliberal do governo FHC, nos anos 90; até o início da ascensão social dos trabalhadores na década passada. É preciso que as novas gerações entendam que tudo que gozam hoje, em relação a direitos e benefícios, não veio de graça. Foi preciso muita luta, sacrifício, suor e até sangue, para que o trabalhador tivesse respeito e direitos consolidados.
E agora, no atual momento político e econômico pelo qual passa o Brasil, os metalúrgicos são chamados mais uma vez a puxar a luta nacional contra os retrocessos que o poder político e elitista quer impor a toda a nação. É uma vergonha que o trabalhador que já está sofrendo com a crise econômica e o desemprego, ainda tenha que aturar uma política de corte de direitos e ataques à aposentadoria. Ataques impostos por um governo ilegítimo, mais preocupado em agradar o patronal do que em resolver os problemas da nação. Até agora Temer não apresentou nenhuma medida para recuperar a economia e os empregos. Estranhamente está mais preocupado em cortar direitos da população e em jogar o peso da crise, criada pela própria classe política, no colo do trabalhador e das gerações futuras. E para isso está abrindo um balcão de negócios, para comprar deputados e senadores para aprovarem suas reformas. Uma vergonha.
É por isso que dia 28 de abril, nós, metalúrgicos, participaremos em peso da grande paralisação nacional convocada pelas Centrais. Vamos mostrar para esse governo fraco que a classe trabalhadora não vai aceitar corte de direitos. Se o governo quer cortar que comece acabando com os privilégios que tem e que são mantidos pelo dinheiro do contribuinte. É hora de dar um grande NÃO para esse governo, afundado até o pescoço na Lava Jato, e mudar os rumos da nação.
Nós, metalúrgicos, temos papel decisivo nesta história. Vamos à luta.
Sérgio Butka
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba