GOVERNO QUER BARRAR BENEFÍCIO VINCULADO AO SALÁRIO MÍNIMO. PARLAMENTARES IRÃO SE REUNIR DE NOVO COM NOVAS PROPOSTAS
A negociação entre governo e Congresso para barrar o projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que recompõe o valor das aposentadorias de acordo com o número de mínimos na época da concessão pode ter como resultado um ganho real (acima da inflação) para os aposentados no reajuste do ano que vem, em fevereiro.
O governo continua irredutível. Em reunião com parlamentares ontem, o ministro da Previdência, José Pimentel, disse que não há dinheiro no Orçamento para recompor o valor dos benefícios. “É preciso encontrar alternativas”, disse. Como não houve acordo, outra reunião deve ocorrer na próxima quarta-feira.
“O governo precisa mostrar pelo menos um projeto”, afirmou o deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), presidente da Comissão Mista de Orçamento. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), relator do Orçamento, disse que o governo poderá apresentar uma proposta de aumento real aos aposentados em 2009.
Pimentel saiu da reunião dizendo que todos -inclusive Paulo Paim- haviam concordado sobre a falta de recursos para recompor os salários dos aposentados. Aí, começou a confusão. Paim acusou o ministro de “mentir” sobre o resultado da reunião, dizendo que não concordou com a falta do dinheiro. “O governo ficou de dizer, na próxima quarta-feira, o que poderá oferecer”, disse o senador, que faz uma vigília no Senado.
Paim tem três projetos aprovados no Senado. Dois deles (fim do fator previdenciário e aumento igual do mínimo para as aposentadorias) já estão na Câmara. O terceiro (que recompõe em número de mínimos os benefícios) deveria ir direto para a Câmara, mas o governo pressiona para que ele seja analisado no plenário do Senado. Segundo a Previdência, o impacto disso pode ser de R$ 76,6 bilhões.
(Paulo Muzzolon e Juliana Colombo)