Os trabalhadores da Mitsubishi entraram em greve nesta quarta-feira, 1 de julho, liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT).
O objetivo é impedir a onda de demissão e tentar a reintegração dos metalúrgicos desligados da montadora nos últimos dois dias. Até o momento, o Sindicato já foi informado de cerca de 180 demissões. Outros 29 aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), anunciado na semana passada.
Além da presença dos trabalhadores ativos e demitidos, os dias de paralisação vão contar com o apoio de sindicatos da cidade, de Anápolis, Goiânia, Curitiba (PR), São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Piracicaba (SP), Volta Redonda (RJ), entre outros companheiros de luta.
Negociação
O impasse nas negociações entre o SIMECAT e a montadora perdura há quase dois meses. Desde o início, a empresa alega ser necessário o fechamento de 400 postos de trabalho devido à queda nas vendas, reflexo da crise enfrentada pelo setor automotivo nacional.
O Sindicato já apresentou diversas alternativas no intuito de evitar a demissão em massa, como layoff; redução da jornada com redução de salários; férias coletivas de 30 dias; dayoff; antecipação do acordo coletivo, entre outras medidas. Porém, a montadora se mostra irredutível.
“A MMC quer mesmo é demitir. Nós já apresentamos diversas alternativas que funcionariam sim, mas ela não aceita nada”, esclarece o presidente do SIMECAT, Carlos Albino. “Não aceitamos demissões. Nossa greve vai começar e só vai se encerrar no dia que a empresa reaver essa atitude cruel e insensata para com centenas de pais de família”, ressalta Albino.
Na semana passada, além do PDV, a Mitsubishi anunciou férias coletivas entre os dias 6 e 10 de julho. Entretanto, quando há movimento grevista, os contratos de trabalho ficam suspensos. Isso significa que, caso a greve continue, as férias coletivas programadas serão suspensas. Lembrando que, os trabalhadores que optaram pelo PDV receberão as verbas rescisórias e mais R$ 1 mil de abono, conquistado pelo Sindicato.
Intervenção do MPT
Mesmo após o protocolamento do comunicado de greve, feito na segunda-feira, o SIMECAT entrou com um pedido de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT). O objetivo é que o órgão intervenha nas negociações, que até o momento foram sem sucesso. A reunião deve acontecer nesta quarta à tarde, com a presença de um Procurador do MPT, do Juiz do Trabalho de Catalão, do SIMECAT e da Mitsubishi.
Por Juliana Barbosa
Imprensa Simecat
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