O deputado Eduardo Cunha, do PMDB-RJ, candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, prometeu ontem (26), em reunião na Força Sindical, manter diálogo permanente com os trabalhadores ao responder a Miguel Torres, presidente da Central, sobre continuar a dispensar o mesmo tratamento que dá hoje ao movimento sindical. “O senhor sempre nos recebeu bem. Esperamos que continue assim caso eleito presidente da Câmara”, declarou Torres diante de 200 sindicalistas que participaram da reunião na sede da entidade.
O presidente da Força Sindical destacou que a Pauta Trabalhista “não andou, continua parada na Câmara dos Deputados”, e citou algumas propostas que estão no Legislativo, como a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas. “Em 2008 fizemos um abaixo-assinado e entregamos ao Congresso Nacional pedindo a aprovação da proposta. O presidente era o Arlindo Chinaglia (PT-SP)”, observou Miguel Torres.
Chinaglia, que também disputa a Presidência da Casa, foi convidado pela Força Sindical para debater com os trabalhadores. A Central também convidou os candidatos Júlio Delgado (PSD) e Chico Alencar (PSOL).
Segundo ele, a Convenção 158, que trata da demissão imotivada, precisa ser votada. “Se fosse aprovada daria para resolver o problema que o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) enfrenta hoje, ou seja, muito dinheiro gasto com o seguro-desemprego, segundo o governo”.
Outros itens citados pelo presidente da Força foram a Convenção 151, que tratada negociação coletiva para os servidores públicos, a correção da tabela do IR e a valorização das aposentadorias, para oferecer dignidade aos aposentados.
O deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho, (Solidariedade-SP), ressaltou o comportamento de Eduardo Cunha como líder do PMDB em seus contatos com os trabalhadores, e manifestou apoio à candidatura do parlamentar à Presidência da Câmara. “Aqui o senhor não ganhará voto, mas poderá dialogar com os trabalhadores”, disse.
Cunha afirmou que fez uma campanha diferente: viajou pelos Estados, conversou com governadores, com parlamentares e com diferentes setores da sociedade civil organizada. “Vocês não vão precisar invadir Brasília para ser recebidos. Eu virei até aqui. É minha obrigação vir até vocês”, afirmou. Cunha deixou claro que não será submisso ao governo, mas também não será oposição. Ele mostrou disposição de conversar, negociar e ressaltou que não existe tema proibido.