Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Com crise, montadoras dão férias coletivas e cortam hora extra

GM ANUNCIOU QUE VAI INTERROMPER PRODUÇÃO EM SÃO PAULO E RIO GRANDE DO SUL; QUEDA NAS VENDAS TAMBÉM FEZ VOLKS E FIAT DAREM FÉRIAS COLETIVAS

As principais montadoras do país já sentem, desde o início do mês, os efeitos da crise financeira. Para driblar a queda na venda de veículos, Volks, Fiat e GM já mudam o esquema de trabalho de seus funcionários, com férias coletivas e corte de horas extras.

Os pátios lotados e as vendas travadas pelas restrições ao crédito levaram a GM a anunciar ontem a paralisação da produção de automóveis durante parte do mês de novembro em suas unidades industriais de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS).

Na planta paulista, os 5.000 trabalhadores dos três turnos estarão em férias coletivas durante dez dias, e a produção será interrompida entre 3 e 17 de novembro. Em Gravataí, as férias coletivas incluem 5.200 funcionários da fábrica e de empresas sistemistas -que produzem componentes usados pelos carros. A fábrica gaúcha produz Celta e Prisma.

O anúncio pegou de surpresa os funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. “”Não esperávamos”, disse o presidente do sindicato, Valcir Ascari. “As pessoas estão com medo de perder o emprego.”

Na segunda, 12 mil trabalhadores deverão voltar de férias coletivas na empresa, depois de 14 dias parados.

A Volks também dará férias coletivas de dez dias a 1.800 funcionários de São José dos Pinhais (PR) a partir da próxima segunda-feira. A jornada de trabalho foi reduzida, e as horas extras aos sábados foram suspensas em São Bernado do Campo e em Taubaté.

Já a Fiat dispensou temporariamente 1.700 trabalhadores em Betim (MG) durante a maior parte deste mês. A parada na produção poderá chegar a 20 dias.

Das quatro principais montadoras, apenas a Ford não interrompeu a produção nem deu férias a funcionários.

Para Luiz Carlos Prates, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, as empresas estão pegando carona na crise e repassando o problema aos funcionários. “Não tem como disfarçar a situação, mas só queremos estabilidade no emprego”, afirma. (EG e FSP)