Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

Lula e os jovens

“No prazo de um mês, tive a alegria de me encontrar duas vezes com o ex-presidente Lula. A primeira foi no Instituto que leva seu nome, em São Paulo. Estive lá na companhia de um grupo de sindicalistas da Força Sindical, que foi até o ex-presidente tratar da conjuntura e falar de planos para o futuro.

Nesse encontro, me chamaram atenção a disposição física de Lula e seu vigor mental. Ele estava afiado e visivelmente feliz por poder conversar com sindicalistas. Na verdade, pessoas parecidas com ele, na origem e nos objetivos.

O segundo encontro foi no congresso dos Químicos, desta vez na Praia Grande. Lula, de novo, me pareceu muito disposto e mostrava satisfação em poder falar a centenas de sindicalistas e ativistas sindicais. Revi, ali, um Lula animado, disposto e com enorme vigor mental.

Lula, a essa altura da vida, discorre com desembaraço sobre qualquer tema. Como se encontra empenhado na reeleição de Dilma, tem divulgado seus feitos e os do atual governo.

Mas vi uma preocupação muito acentuada nas suas falas. É com relação aos jovens. Lula entende que poucos estão falando com os jovens e que, até por isso, existe uma lacuna. A juventude, ele argumenta, não tem suficiente conhecimento da história recente do Brasil, por isso talvez não valorize, como deveria, a redemocratização, o controle da inflação, a redução do desemprego, a melhoria do padrão salarial e a inclusão social.

Isso é ruim, porque, segundo Lula, quem não conhece a própria história não tem domínio sobre si mesmo e menos ainda em relação à sua Pátria. Portanto, para ele, contar aos jovens a história do Brasil, especialmente a mais recente, é um dever patriótico.

Sei que Lula gravou um vídeo chamando a juventude à participação política. Entendo que se trata de um gesto coerente do nosso ex-presidente em relação àquilo que ele vem pregando. Lula tem uma sincera vontade de falar aos jovens, contar sua experiência, rememorar fatos e alertar para a necessidade de se traçar metas em direção ao futuro, sem perder de vista as experiências do passado.

Lula é um caso especial. Quando fala e conta histórias, nós viajamos no tempo com ele e, de certa forma, tomamos parte em suas histórias. O que é isso? É poder de comunicação, é convencimento, é liderança.

Lula é um brasileiro que nos enche de orgulho. Sua história pode ser entendida como um exemplo pessoal de superação. Mas indica também uma lição coletiva, sinalizando que os povos – e países – também podem se superar e andar para a frente.

Nesses dois contatos, aprendi muito com Lula. Mas me chamou atenção, principalmente, sua preocupação com a informação, o conhecimento e a consciência dos jovens. Ele poderia, a essa altura, estar falando do passado. Mas prefere cuidar do futuro. Por isso, é um estadista respeitado, um político especial”.

José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos