Anápolis, Goiás, é a principal cidade industrial e centro logístico do Centro-Oeste brasileiro. Possui conglomerado de indústrias farmacêuticas, forte presença de empresas de logística e atacadistas, economia e comércio locais fortes e, recentemente, também se tornou polo metalúrgico com a presença da montadora CAOA/Hyundai, além de várias outras empresas de médio e grande portes com produção metalúrgica diversificada. O município é o terceiro do Estado em população e o primeiro no ranking de competitividade e desenvolvimento recetemente divulgado pela Secretaria Estadual de Planejamento, além de estar no centro da região mais desenvolvida do Centro-Oeste brasileiro, conhecida como o eixo “Goiânia-Anápolis-Brasília”.
Em 10 anos, Anápolis teve um incrível aumento de 540% em seu PIB que de acordo com a última pesquisa do IBGE, em 2011, chegou à cifra de R$ 12.119 bilhões de reais e um PIB Per Capita de R$ 35 798,00. Mas o que os números globais apresentam como “Per Capita” não se reflete na realidade. A distribuição de renda, no município, não está entre as mais altas do estado. De acordo com a lista de municípios de Goiás ordenados por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Anápolis está na 22.ª posição, atrás de cidades que não têm polo industrial e nem estão entre as principais economias de Goiás.
O crescimento do setor metalúrgico na cidade é responsável por uma grande parcela desse crescimento econômico bruto. Neste cenário, o Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis, através da diretoria empossada em 2013, vem lutando sistematicamente para que parte desse montante enorme de renda possa retornar aos trabalhadores e para que eles tenham sua fatia, de direito, nos resultados. “Nada mais justo. Somos o grande motor que move todo o sistema produtivo do polo industrial. O sindicato defende a tese de que as empresas vêm para Goiás, recebem incentivos fiscais e se utilizam da mão de obra local. Portanto, devem deixar o retorno justo, ou seja, a distribuição de renda e o crescimento da qualidade de vida da nossa população ”, declara Reginaldo José de Faria, presidente do sindicato.
Através de investimentos sociais, subsídios de cursos e de educação, aumento dos salários, vale alimentação e participação nos lucros e resultados que o Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis vem pleiteando e conseguindo, a categoria metalúrgica faz a sua parte. Apenas a PLR de 2013 da montadora CAOA/Hyundai, que será paga em 30 de abril, já pulverizará R$ 6 milhões na economia local em forma de poder de consumo dos mais de 2.000 trabalhadores da empresa. E não foi só na CAOA/Hyundai que se implantou PLR. Em todas as médias e grandes empresas de Anápolis, o sindicato conseguiu que os trabalhadores tenham participação nos lucros e possam ter o resultado de seu esforço convertido em renda extra.
O comércio local já começa a ter um novo ciclo de espera de altas vendas baseado no recebimento dos benefícios dos metalúrgicos. Nas ruas da cidade o termo “PLR” já significa a certeza de comércio cheio e de muitos empregos gerados em todos os setores pela grande movimentação no atacado e no varejo locais.
Carlos Albino, diretor da CNTM e presidente do Simecat (Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão), que é o pioneiro, líder do movimento sindical metalúrgico no centro-oeste e o maior responsável pelo crescimento das conquistas da categoria no estado, esteve presente nas assembleias sobre a PLR da CAOA/Hyundai na porta da empresa e convocou todos os sindicatos de Anápolis para que sigam juntos com os metalúrgicos e possam, também, estar buscando as conquistas de que os metalúrgicos desfrutam.
“Não foi, não é, e nunca será fácil para ninguém. Mas sempre é hora de começar a lutar de verdade e gerar resultados. Se todas as categorias aprenderem com os metalúrgicos o poder da mobilização de base, em pouco tempo teremos uma Anápolis com melhor distribuição de renda e com todas as categorias avançando nas conquistas como temos em Catalão, onde todas as categorias são unidas. Lá é um por todos e todos por um. Aqui, todos os sindicatos deveriam se unir também. Nossa intenção com criação da Federação dos Metalúrgicos de Goiás é unificar a luta no estado”, finalizou.
Para 2014, o sindicato já negocia com a montadora e com as demais empresas PLRs com avanços nos valores e nas metas de produção que elevarão, ainda mais, o nível de renda dos metalúrgicos e aumentará a parcela de ajuda da categoria no desenvolvimento do município com distribuição justa de renda e geração de empregos. Fica o exemplo para todo o centro-oeste brasileiro.
Por Leandro Rodrigues da Cunha
Assessor de Comunicação – Metalúrgicos de Anápolis