Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Lupi prevê 2,1 milhões de novas vagas este ano

Já foram criados mais de 2 milhões de empregos formais até setembro, recorde desde 1992

Isabel Sobral

Apesar do agravamento da crise financeira internacional, o Brasil deve encerrar o ano com 2,1 milhões de novos empregos com carteira assinada, segundo as projeções do Ministério do Trabalho. A previsão foi anunciada ontem, com entusiasmo, pelo ministro Carlos Lupi, ao informar que, de janeiro a setembro, a economia acumula um saldo positivo de 2,086 milhões de novas ocupações formais. É a primeira vez que essa marca é alcançada em um único ano, pela série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 1992.

Lupi demonstrou otimismo ao afirmar que só espera “algum” reflexo negativo da crise internacional no mercado de trabalho brasileiro a partir do segundo semestre de 2009. Isso porque, segundo ele, os investimentos e a produção das empresas brasileiras não vão parar, mesmo que os países desenvolvidos desacelerem o crescimento econômico no ano que vem. Ao contrário do que prevê a maioria dos economistas, ele acredita que o mercado interno continuará aquecido garantindo o ritmo de crescimento brasileiro.

“A crise deve afetar as nossas exportações e a agricultura porque impõe dificuldades para se conseguir recursos lá fora, mas isso está sendo compensado pela ação rápida e ágil do Banco Central (BC) de liberar depósitos compulsórios”, afirmou ele.

Ainda assim, Lupi disse esperar a criação de pelo menos 1,8 milhão de novos empregos ano que vem. A forte oscilação das bolsas de valores, para o ministro, está ocorrendo por causa de especulação e “quem trabalha na produção deve ter muita tranqüilidade porque a economia brasileira está sólida”. A ação do BC, disse o ministro, está garantido credibilidade e não deverá afastar os investidores do País.

NATAL

O ministro disse que os próximos meses de outubro e de novembro serão positivos na geração de novas vagas, impulsionados pelo aquecimento das vendas do comércio e da indústria por causa das festas de fim de ano. Já dezembro, como tradicionalmente ocorre, deverá ser negativo por causa das dispensas dos trabalhadores temporários, anulando parte do saldo positivo.

O Caged mostrou que, somente em setembro, foram gerados 282,8 mil novos postos de trabalho espalhados em quase todos os setores da economia – ante 239,1 mil em agosto e 241,2 mil em setembro de 2007.

Apenas a agricultura ficou negativa, perdendo 25,3 mil postos, por causa da entressafra, em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. Com isso, o estoque de empregos formais no País subiu 0,92% para pouco mais de 31 milhões.

Os 2,086 milhões de empregos abertos de janeiro a setembro representam crescimento de 29% frente aos 1,61 milhão gerados em igual período do ano passado. Os serviços lideram o ranking de abertura de novos empregos no ano, com 689,9 mil postos, seguidos da indústria (523,9 mil), da construção civil (300,8 mil) e comércio (241 mil).