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Dólar dispara com corrida de empresas

Moeda americana sobe 5% e vai a R$ 2,31; medida do BC para socorrer bancos já provoca reação da oposição

As incertezas a respeito da economia global e sobre a solvência do sistema financeiro dos Estados Unidos e da Europa mantiveram os investidores distantes de ativos arriscados e derrubaram de novo as bolsas de valores ontem. No Brasil, o dólar disparou 5,09% e atingiu R$ 2,312. Do início de agosto até ontem, a moeda americana já se valorizou 48% ante a brasileira. A cotação de ontem é a maior desde maio de 2006.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo perdeu 4,66%. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 5,11% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 5,85%.

Segundo analistas, a principal razão para a alta do dólar nos últimos dias é a corrida de empresas para comprar a moeda e, assim, neutralizar posições vendidas no mercado futuro. A Sadia, por exemplo, anunciou recentemente prejuízo de R$ 760 milhões e a Aracruz, uma perda potencial de R$ 1,95 bilhão. O Banco Central (BC) interveio duas vezes no mercado, mas não conseguiu impedir o salto da cotação.

A medida provisória que autoriza o BC a socorrer bancos em dificuldades, editada segunda-feira, já provoca reação dos partidos de oposição. O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), disse que a MP é o “Proer do presidente Lula”, lembrando o programa instituído pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “É o Proer desfigurado, disfarçado, envergonhado e sorrateiro.”

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central), Ben Bernanke, indicou que a instituição pode reduzir o juro básico, hoje em 2% ao ano.