Daiana Rodrigues
Desde às 4h desta quarta-feira (20/03) a Força Sindical-RS se manteve no complexo industrial da GM, durante a assembleia de negociação coletiva, que terminou por volta das 6h30min. Mesmo com forte chuva, a categoria aprovou a pauta do dia: reajuste de 12%, piso salarial de R$ 1.535, aumento na Participação de Lucros e Resultados (PLR), quinquênio (aumento salarial a cada cinco anos na empresa) e transporte.
Para o sindicato da categoria, a resposta dos trabalhadores surpreendeu positivamente. “O sentimento do trabalhador na fábrica é que não há mais condições de conviver com um tratamento tão desigual e desrespeitoso que a montadora vem dando a Gravataí. O trabalhador concedeu para o sindicato todo o respaldo e vamos para a negociação com muita força e condição de, definitivamente, pleitear as reivindicações”, disse Edson Dornelles, representante do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica e Material Elétrico de Gravataí (STIMMMEG).
Outra questão é a diferença salarial dentro das sedes da GM. Dornelles adiantou que um dos itens da campanha da categoria será pela igualdade na política de salários da montadora. “Os gaúchos estão sendo discriminados. Aqui ganhamos 70% a menos de piso salarial e 60% de PPR inferior. Essa é a hora de lutar!”, enfatizou.
Juntamente de uma grande equipe da Força Sindical-RS e dirigentes sindicais da categoria metalúrgica de todo o país, o presidente Cláudio Janta acompanhou toda a Assembleia. “Viemos trazer a nossa solidariedade e de todos os setores filiados à Força Sindical-RS. Toda decisão dos companheiros para melhorar a qualidade de vida da classe operária na luta pelo Trabalho Decente terá o apoio da central”.
A partir de agora começam as negociações com a direção da companhia. Na quinta-feira, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos devem se reunir com dirigentes da GM para entregar as reivindicações da categoria.
— Não vai ser fácil, mas os trabalhadores provaram que estão mobilizados. Queremos a equiparação de salários com o resto do país — comenta o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres.
Segundo Torres, hoje os trabalhadores da planta de Gravataí recebem piso de R$ 1.021, enquanto em unidades de São Paulo os valores sobem para até R$ 1,7 mil. Como a data-base corre em 1º de abril, os cerca de 6 mil funcionários de Gravataí correm contra o tempo para negociar a pauta. Torres confirma que, caso não haja acordo, existe o indicativo de greve.
Daiana Rodrigues
Miguel Torres, presidente da CNTM
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Quebra Mola, diretor da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí
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Élvio (presidente da Federação dos Metalúrgicos RS), Miguel Torres e Janta
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Dirigentes da CNTM e da Força Sindical em Gravataí
Texto: Ligiane Brondani
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