Não me canso de comentar o estrondoso sucesso da 7ª Marcha do dia 6 de março, em Brasília. Faço os comentários porque houve o apagão da mídia e porque percebo que nós mesmos tendemos a banalizar o acontecido e subestimar o nosso desempenho e a força da manifestação unitária.
Era de se esperar algum apagão da mídia, ainda que tenha sido muito maior e mais grave que a expectativa. Os noticiários da noite do dia 6 e do dia 7 foram tomados por vários assuntos importantes e emocionantes, alguns de grande impacto social: exéquias de Chávez e morte de um roqueiro, sucessão papal, julgamento de um jogador de futebol acusado de assassinato, tumulto na eleição da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, determinação da taxa Selic pelo Copom e forte aumento das ações da Petrobrás.
Destes, a situação venezuelana foi objeto de manchete principal em três jornalões do dia 7 (O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo) e a taxa Selic de um (Valor). Mas, convenhamos, a 7ª Marcha merecia ter tido destaque junto com esses outros assuntos; não se justifica – do ponto de vista dos leitores – o descaso da grande mídia sobre o evento sindical cuja importância é, no mínimo, equivalente à dos outros temas tratados.
Quanto à nossa subestimação, aí sim, podemos e devemos evitar o erro. É preciso divulgar em nossa mídia impressa e eletrônica o comparecimento à Marcha, sua unidade, sua organização, sem o registro de nenhum incidente desabonador, a justeza de nossas reivindicações e o fato muito significativo, quando se olha para o mundo de hoje, dos dirigentes terem sido recebidos pelas maiores autoridades do Governo (Executivo, Legislativo e Judiciário) de maneira respeitosa e compreensiva.
Na cordilheira de montanhas que configura a capacidade de mobilização do movimento sindical, a 7ª Marcha é ponto alto, talvez culminante, de um cenário que abrange todo ano de 2013 e talvez mais além.
Por João Guilherme
Consultor Sindical