Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

A inquietação dos trabalhadores

“Uma das provas da implicância da grande imprensa com o movimento sindical é dificuldade que tenho em selecionar uma reportagem, um artigo ou um comentário bem elaborado, justo e fundamentado quando o assunto é sindicato. São dois mundos (o da mídia e o sindical) que, infelizmente, não se tocam com simpatia.

Abro uma exceção para o artigo de André Singer do dia 25 de fevereiro na Folha de São Paulo que foi reproduzido em vários veículos da imprensa sindical e tem o título: “Devolta às ruas”.

Ao anunciar a Marcha das Centrais Sindicais unidas à Brasília, o articulista destaca a existência, para o movimento sindical, de questões em que os interesses dos trabalhadores diferem dos interesses empresariais e, às vezes, de medidas do governo, exigindo mobilização e luta que expressem “a inquietação que vem do chão da fábrica”.

Nada mais correto e apresento aqui dois exemplos recentes. Na medida provisória dos portos: houve uma subestimação dos interesses e direitos estabelecidos dos trabalhadores portuários e de suas diferentes entidades. A articulação habilidosa do movimento de protesto pelo deputado Paulinho da Força levou o governo e as direções parlamentares a aceitarem negociações sérias e responsáveis sobre o tema que alimenta, como é sabido, conflitos empresariais fortes e poderosos.

Já a injusta correção a menor dos valores do seguro-desemprego para os benefícios superiores ao salário mínimo, que penaliza a “minoria” de dois milhões de trabalhadores, teve pronta reação contrária dos diretores sindicais, do CODEFAT; se eles não protestassem quem defenderia os desempregados?”

João Guilherme
consultor sindical