Ricardo Flaitt
Miguel Torres, presidente da CNTM, cobra contrapartidas do setor empresarial
nesta Campanha Salarial Unificada 2012. “A categoria colaborou com a
resistência da indústria nacional e merece agora um forte aumento real”.
Dirigentes da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (ligados à Força Sindical) reuniram-se na quarta-feira, 10, na sede da entidade (Rua Pará, 66, Higienópolis, São Paulo) com representes patronais do Grupo 2 pela Campanha Salarial 2012.
Um dos principais questionamentos dos dirigentes sindicais foi a alta taxa de rotatividade do setor, uma vez que houve aumento real nos últimos anos. A rotatividade, atualmente, gira em torno de 3%, que gerou uma defasagem no salário médio.
A Federação congrega 54 Sindicatos da categoria, representando cerca de 800 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, com data-base em 1º de novembro.
Sob o tema “Emprego, Trabalho Decente e Salário Digno”, a Campanha Salarial 2012 também tem como bandeiras de luta reposição salarial, aumento real, valorização do Piso, fim do teto de aplicação do reajuste e fim das terceirizações.
Os dirigentes sindicais ressaltaram que o movimento sindical também lutou por questões que beneficiaram os empresários no sentido de um Brasil desenvolvido, como a desoneração da Folha, redução do IPI e da energia elétrica, sistemas de financiamento a taxas baixas, redução da Selic.
Outro ponto foi a questão de que muitos empresários do setor estão levando suas plantas industriais para outros países do mercosul para importar produtos chineses, e, desta forma, arrebentam com a indústria nacional, a manutenção e a geração de novos postos.
Para Claudio Magrão, presidente da Federação, “para contornar a crise, o movimento sindical, desde 2008, mobiliza-se para assegurar a manutenção de empregos e a competitividade das indústrias nacionais. Agora chegou a hora dos patrões se conscientizarem e garantirem um bom aumento real, pois o saldo negativo da crise não pode ficar somente na conta dos trabalhadores”, ressaltou.
O Grupo 2 é formado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindmaq) e Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo (Sinaees).
Ficou o alerta de que não dá mais para ficar migalhando. O empresariado tem de ter bom senso para um bom acordo, caso contrário, acontecerão paralisações.
Por Ricardo Flaitt, Alemão (11) 97153.5984
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