Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Usiminas vai assumir 1,5 mil funcionários de controlada

Valor Econômico

Por Marcos de Moura e Souza de Belo Horizonte

A Usiminas está fazendo uma mudança em parte de seu quadro de funcionários em Ipatinga (MG). Segundo o sindicato dos metalúrgicos da cidade (Sindipa), cerca de 1.500 trabalhadores da Usiminas Mecânica serão demitidos e recontratados pela Usiminas. Todos os funcionários são do setor de manutenção.

Nessa mudança, entre 180 e 250 funcionários serão demitidos, diz o sindicato. Grande parte desse contingente já estaria aposentada, embora continue trabalhando.

A empresa, que desde janeiro tem Julián Eguren como seu novo presidente, não quis fazer nenhum comentário sobre o assunto. Não confirmou nem desmentiu as demissões e as recontratações.

Pelo registro do sindicato, o movimento de demissões na Usiminas Mecânica acima do padrão mensal começou em março, mas em abril e maio se intensificou. Foram demitidos 82 em março; mais um grupo de 207 em abril; e serão mais 156 trabalhadores em maio. O total já chega a 445.

O sindicato vê a movimentação como boa notícia porque reverte uma iniciativa tomada, segundo a entidade, durante a gestão do presidente Marco Antônio Castello Branco, de deslocar funcionários da Usiminas Mecânica para a Usiminas. Isso desagradou os trabalhadores porque funcionários da Usiminas Mecânica tinham salários e benefício menores do que os da Usiminas, segundo o sindicato. E, na prática, trabalhavam como ‘terceirizados’, criticavam os sindicalistas. Castello Branco deixou a empresa em 2010.

“A Usiminas está agora ‘desterceirizando’. É isso mesmo o que nós queremos”, disse ontem o presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda. O sindicalista é deputado estadual em Minas pelo PDT e está em seu primeiro mandato. “A Usiminas tinha cerca de 7.300 funcionários e vai passar a ter mais de 8 mil com essa operação.”

O Sindipa rejeitou as informações que circularam nos últimos dias de que a Usiminas estaria em meio a um processo de demissão de massa, que atingiria 1.500 pessoas. “Nenhuma empresa pode demitir assim sem discutir antes com o sindicato”, alega Miranda.

Segundo o sindicalista, essa é a primeira mudança mais prática que os trabalhadores em Ipatinga sentem com o novo presidente. E elogia o início da gestão de Erguren: “O ambiente na empresa é bem melhor nesses primeiros meses do que foi nos últimos quatro anos.”