Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Centrais: governo prevê prejuízo de R$ 5 bi sem IR sobre lucro

Portal Terra
21 de Março de 2012 • 18h41 •  atualizado 18h55

Luciana Cobucci
Direto de Brasília

Após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representantes de seis centrais sindicais saíram sem promessa do governo de que isentará a participação sobre lucros e resultados (PLR) da cobrança de imposto de renda. O presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (PDT-SP), critica a incidência de IR também sobre abonos salariais.

“Insistimos na desoneração do PLR e dos abonos com o governo porque para nós é muito importante. O governo diz que o impacto da desoneração é de R$ 5 bilhões, mas achamos que isso é muito. Nas nossas contas, o impacto é de R$ 1,8 bilhão. Tem certo impacto para o governo, mas volta para a economia”, disse Paulinho.

Segundo ele, Mantega prometeu uma resposta sobre o assunto dentro de 15 dias, após analisar os efeitos da desoneração na economia. Paulinho prometeu continuar a promover manifestações em todo o País contra a incidência do IR sobre os lucros.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, haverá aquecimento do mercado interno se o governo deixar de cobrar imposto de renda sobre o PLR – quando os trabalhadores ganham parte dos lucros da empresa como forma de incentivar a produtividade. “A grande vantagem é que estamos em processo de fortalecimento de mercado interno e, para isso, precisamos de mais renda, isentando IR na PLR, que foi criada justamente para incentivar a produção. Mas 20%, 25%, 30% desse lucro fica para governo em forma de imposto de renda. Queremos mais dinheiro na economia e essa proposta é pra isso, dinheiro na veia para consumir, comprar e fazer com que a economia cresça mais rapidamente”, afirmou.

Regime automotivo
Segundo os representantes das centrais, Mantega prometeu ouvir os sindicalistas antes de anunciar o novo regime automotivo brasileiro, previsto para este mês ainda. Uma reunião sobre o assunto está marcada para a próxima quinta-feira. A grande demanda do setor, segundo Artur Henrique, é aumentar a obrigatoriedade de conteúdo nacional nos veículos produzidos no País.

“Conteúdo nacional não pode ser do jeito que é hoje, que se leva em consideração uma propaganda de um carro feita na TV. Se contrata uma agência de publicidade brasileira, isso é colocado no custo como conteúdo nacional, o que é um absurdo. Queremos conteúdo nacional em peças, na cadeia produtiva como um todo, o que vai fazer com que a gente tenha um processo de fortalecimento da indústria”, destacou.