DCI
Hoje deve ser anunciada a fusão entre as mineradoras Xstrata e Glencore, ambas com matriz na Europa. A possível sinergia está avaliada em torno de US$ 80 bilhões, com provável foco no negócio de cobre, mercado em que a brasileira Vale vem anunciando fortes investimentos em ativos. Se a fusão se confirmar, as europeias juntas devem se tornar a segunda maior mineradora de cobre do mundo, atrás apenas da chilena Codelco, o que abalaria os planos da Vale de se tornar uma das maiores competidoras nesse segmento.
“Com as proporções da crise europeia, atualmente, é natural que as empresas busquem sinergias. As consolidações são uma boa saída nesse cenário”, afirma o economista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Segundo o consultor, em momentos de turbulência econômica é que surgem ativos interessantes, como ocorreu recentemente com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que comprou uma produtora de aços longos na Alemanha em meio à crise na zona do euro.
E na esteira da diversificação de portfólio, a Vale vem anunciando investimentos em diferentes segmentos, entre eles o de cobre, hoje dominado globalmente pela estatal Codelco, do Chile. No final do ano passado, a mineradora brasileira afirmou que vem desenvolvendo projetos para a produção de cobre no Pará (mina de Salobo) e na África (Konkola North). A fusão entre Xstrata e Glencore pode, no entanto, tirar da Vale a chance de se tornar um dos maiores players do setor.
Cogita-se, ainda, a possibilidade de aquisição da Anglo American – que atua principalmente em minério de ferro e níquel – pela nova joint venture europeia. Procurada, a mineradora britânica afirmou que não irá comentar sobre o assunto. Os rumores, no entanto, já agitam o mercado, que teria concorrentes de mais força global.
Suspensão temporária
A Vale divulgou comunicado que seus funcionários das minas Sudbury, no Canadá, estão voltando ao trabalho após uma suspensão temporária nas operações, realizada por motivos de segurança após a morte de um dos trabalhadores da companhia durante o serviço no final de janeiro. A mineradora informou que há estoques de minério disponíveis para processamento e que por isso a suspensão das operações não deve afetar a produção.
Juliana Estigarríbia/AE