Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Trabalhadores da usina Eldorado encerram greve com vitória

Arquivo CNTM

Assembleia aprova acordo, comemora a vitória e encerra greve

Terminou com conquistas a greve dos cerca de 8 mil trabalhadores da usina de papel e celulose Eldorado, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que havia completado sete dias na quinta-feira, 2 de fevereiro. A greve começou no dia 25 de janeiro e o retorno ao trabalho será na segunda-feira, dia 6.

Os trabalhadores conquistaram:

–  Aumento da cesta básica de R$ 70 para R$ 250, no cartão ou holerite, sendo que a partir de abril todas as empresas contratadas da obra pelo Grupo Eldorado, cerca de 17, terão que aderir ao cartão alimentação;

– Não desconto dos dias parados. Eles voltarão ao trabalho só na segunda-feira (6);

–  Ampliação da folga de campo. Além dos sábados e domingos livres, os trabalhadores terão folga de segunda a sexta-feira. Antes, a folga era de três dias na semana e os trabalhadores que estão distantes até 2 mil km de sua casa passavam a maior parte da folga viajando e mal tinham tempo de ficar com a família. Agora, eles terão 9 dias de folga, depois de 90 dias trabalhados.

– Os trabalhadores também poderão receber como hora trabalhada o tempo que levam para se deslocar dos alojamentos até o local de trabalho. Essa questão ainda será fiscalizada e avaliada pelo Ministério do Trabalho.

Termo de Compromisso – A maior conquista dos trabalhadores, porém, foi a adesão do Grupo Eldorado, responsável pela construção da Indústria de Papel e Celulose da cidade, a maior fábrica de papel da América Latina, ao termo de compromisso nacional, que prevê melhoria das condições de trabalho nos canteiros de obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), normas de saúde e segurança do trabalho, qualificação profissional, melhoria das relações de trabalho e das relações com as comunidades locais, entre outros.

O termo é resultado de várias negociações entre governo, empreiteiras, sindicatos da construção pesada, sindicatos de trabalhadores da construção civil e centrais sindicais, entre elas, a Força Sindical, e a CNTM.

A comissão foi formada após o estouro de greves em canteiros de obras do PAC contra maus tratos, péssimas condições de trabalho e salários baixos e agenciamento de trabalhadores por gatos.

Todo o movimento contou com o apoio e a participação dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes Jefferson Coriteac, Luís Carlos de Oliveira (Luisinho) e David Martins, sob a orientação do presidente do Sindicato e da CNTM  Miguel Torres.

Unidos à direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintiespave), presidido por Antonio Luiz; do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintricon) de Três Lagoas e da Força Sindical Estadual, presidida por Idelmar da Mota Lima, os diretores Jefferson, Luisinho e David  auxiliaram os trabalhadores na mobilização e ajudaram nas negociações para a alcançar esta importante vitória.

“A unidade dos trabalhadores junto com o sindicato levou à conquista desses benefícios. Sem união, esse resultado não teria sido alcançado”, disse Jefferson.

O diretor Luisinho reforçou que a maior conquista foi a adesão do grupo Eldorado ao termo de compromisso nacional. “É a primeira empresa da construção civil a aderir ao acordo depois de uma greve”, afirma Luisinho, ressaltando que o mediador desse documento foi o ministro da Casa Civil, Gilberto Carvalho. “Esse termo de compromisso veio no momento certo e mostra que sua aplicação é viável”, completou.

Para o diretor David Martins, “o acordo alcançado com esta greve foi de grande importância para os trabalhadores, principalmente pela assinatura do pacto nacional. Os trabalhadores ficaram muito contentes com o resultado das negociações e com a presença da Força Sindical e da CNTM no canteiro de obras”, afirmou.

“A unidade nas lutas em defesa de objetivos comuns fortalece o movimento sindical, os trabalhadores e leva aos resultados desejados”, completou Miguel Torres.