Extra (RJ)
SÃO PAULO – A Alitalia conseguiu uma sobrevida quando, ontem, um grupo de quatro sindicatos retirou sua oposição ao plano de recuperação apresentado pelo consórcio CAI, que se propôs a adquirir a companhia e mantê-la em operação. A agência de aviação civil do país (ENAC, na sigla em italiano) ameaçava retirar a licença de vôo da empresa caso um plano de reestruturação não fosse apresentado até hoje.
A ameaça, porém, perdura caso os sindicatos restantes, que representam pilotos e tripulantes, não dêem sua aprovação ao plano da CAI, que envolve milhares de demissões. Segundo a ENAC, a apresentação do plano servirá para retirar as dúvidas que pairam sobre a capacidade da companhia – que permanece operando – de adquirir peças de reposição e pagar pela manutenção obrigatória das aeronaves. Estimativas do mercado apontam prejuízo diário de US$ 3 milhões nas operações da Alitalia.
O CAI, formado por empresas italianas, retornou às negociações a pedido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Antes disso, havia chegado a retirar sua proposta por conta da resistência de seis dos nove sindicatos de trabalhadores da companhia aérea. Voltaram atrás, porém, atendendo a apelo de Berlusconi.
O administrador judicial da Alitalia, Augusto Fantozzi, afirmou ontem que estava “razoavelmente otimista” em relação a um acordo e à sobrevivência da empresa. “As coisas estão em andamento”, afirmou ele, após uma apresentação a uma comissão do Senado italiano sobre a empresa.
(José Sérgio Osse | Valor Online, com agências internacionais)