“Durante a luta pela PLR no primeiro semestre, setores conservadores da política e do patronal paranaense fizeram uma barulheira na imprensa contra as mobilizações e greves dos trabalhadores, dizendo que isso afugentaria empresas e investimentos, deixando o Paraná em posição de desvantagem no cenário nacional.
Mais uma vez deram com os burros na água, pois os fatos estão provando o contrário. O Paraná tem atraído cada vez mais investimentos pesados de multinacionais e, segundo o IBGE, foi o estado brasileiro que teve o maior crescimento industrial nos últimos doze meses.
Isso prova que a posição estratégica do nosso Estado e principalmente a alta qualidade de nossa mão-de-obra é o que realmente pesa na hora em que as empresas vão decidir onde investir. São esses diferencias que ditam o ritmo e tornam as empresas competitivas na disputa por fatias do mercado.
No contexto atual, a empresa que se mantiver com a mentalidade atrasada de só querer lucrar, lucrar e lucrar, repassando o mínimo para os trabalhadores, vai ficar pra trás, comendo poeira, pois não vai conseguir segurar mão-de-obra de qualidade, que é fundamental para a competitividade.
Hoje, com a grande oferta de empregos, se o trabalhador não tiver o reconhecimento e a valorização necessária, ele vai embora em busca de coisa melhor. Dessa forma, perdendo mão-de-obra qualificada para a concorrência, a empresa dá um tiro no próprio pé e não consegue se sustentar no mercado.
Então, de nada adianta investir em marketing, estrutura, pesquisa, logística se não houver a valorização do trabalhador, peça-chave que vai garantir a qualidade do produto e a sustentabilidade do negócio.
Para ser competitiva, a empresa tem que ter a melhor mão-de-obra, como temos no Paraná! E a melhor mão-de-obra tem seu preço e precisa ser valorizada!”.
Por Sérgio Butka, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Paraná, e da Força Sindical do PR
Foto: André Nojima