Maria Aparecida Silva
do Agora
A nova regra do seguro-desemprego aumentou o tempo de espera e reduziu o número de atendimentos para os trabalhadores que pedem o benefício nos postos de São Paulo.
Agora, o seguro pode ser suspenso caso o trabalhador recuse, sem justificativa, um emprego oferecido pelo governo.
No Poupatempo da Sé (região central da capital), por exemplo, os trabalhadores aguardam mais de oito horas para serem atendidos desde segunda-feira, quando a nova regra foi implantada no posto.
A reportagem, anteontem, pegou a senha de atendimento às 10h, e teve o atendimento marcado para às 18h. Antes, a espera era de duas horas. Segundo os servidores, o número de atendimentos foi reduzido de 600 para 230 por dia.
O motorista de carreto Claudemir Inácio, 41 anos, mora em Pirituba (zona norte) e foi encaminhado para uma vaga na Água Rasa (zona leste).
Tentou recusar o emprego por ser distante de sua casa. Ele levaria uma hora para chegar, de ônibus. Porém, sua justificativa não foi aceita pelo ministério.
Resposta
Procurado para comentar as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores, Rodolfo Peres Torelly, diretor do Departamento de Emprego e Salário, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, justifica a redução dos atendimentos ao fato de ser um sistema novo que unifica as vagas em todo o país e que, por problemas técnicos, às vezes sai do ar.
Em relação à situação do motorista, Torelly diz acreditar que o entrevistador “usou um mau parâmetro no encaminhamento do profissional”.
Ele confirmou que o seguro será liberado em 30 dias após o pedido, independentemente da duração da seleção e disse que “os postos serão reorientados a serem mais criteriosos na análise dos dados”.