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Dilma diz que buscará alta de 4% do PIB

Folha SP

Presidente afirma que princípios que regem países desenvolvidos são os de recessão, e no Brasil são os de crescimento

Prévia aponta para expansão da economia em julho, mas governo espera moderação no segundo semestre

ANA FLOR

EDUARDO CUCOLO

DE BRASÍLIA

Apesar da melhora nos indicadores econômicos em julho, o governo avalia que o país terá crescimento mais moderado e abaixo do limite que geraria pressões inflacionárias no segundo semestre.

Ontem a presidente Dilma Rousseff reavaliou a previsão de crescimento de 4,5%: “Vamos fazer um esforço para chegar a quatro, quatro e pouco [%]”, declarou.

Reportagem da Folha mostrou que a equipe econômica estima um crescimento menor, em torno de 3,7%, por causa da crise internacional.

Dilma tentou conciliar o discurso desenvolvimentista – que dá ênfase ao crescimento – com a necessidade de combater a alta de preços. Disse que o Brasil precisa crescer a “taxas que levem em conta a inflação”, mas que sejam compatíveis com continuidade da criação de emprego e de renda.

Segundo a presidente, o desempenho da economia no terceiro trimestre será um pouco baixo. Mas ela disse contar com recuperação no último trimestre.

CRÉDITO ´PUJANTE´

Duas semanas após o Banco Central cortar os juros para evitar o contágio da crise global, ela afirmou que o governo está tomando medidas para beneficiar o consumo e que o crédito está “pujante”.

“Não queremos no Brasil nenhum dos princípios que estão regendo as economias desenvolvidas, que é recessão, recessão, recessão. Aqui nós teremos crescimento, crescimento, crescimento.”

Enquanto Dilma destacava o “crescimento”, o BC tenta mostrar que a expansão atual é mais moderada do que a ocorrida no início do ano.

O IBC-Br (Índice de Atividade do BC), que funciona como uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) mostrou o maior crescimento em seis meses, de 0,46% na comparação mensal.

Mas o BC prefere comparar o desempenho no último bimestre com os dois meses anteriores, que mostra “crescimento zero”.

Cálculo do BC mostra ainda que se a expansão da economia nos últimos três meses se repetir nos próximos trimestres, ela ficará inferior a 2% no fim do ano.

Ou seja, menos da metade do percentual que a economia pode crescer sem gerar pressões inflacionárias- limite estimado em 4,5% pelo mercado financeiro.

Se o ano acabasse em julho, a economia teria crescido 4,52% em 12 meses, o que indica desaceleração ante os dados oficiais do PIB divulgados pelo IBGE até junho.

Para o BC, é preciso que a economia cresça abaixo do seu potencial por alguns trimestres para que a inflação caia dos atuais 7,23% para 4,5% até o fim de 2012.