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Itália discute mudanças no plano de austeridade

Estadão Online

Um dos pontos é o imposto de “solidariedade” de 5% para pessoas que tenham renda superior a 90 mil euros por ano. No entanto, alguns aliados de Berlusconi pediram que o imposto seja aplicado apenas a quem tem renda superior a 200 mil euros por ano

Danielle Chaves, da Agência Estado

MILÃO – Líderes do governo de coalizão da Itália se reuniram hoje para discutir possíveis mudanças no plano de 45,5 bilhões de euros para equilibrar o orçamento italiano até 2013 e evitar que o país se torne vítima da crise de dívida soberana europeia.

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi se reuniu com Umberto Bossi, líder do partido Liga Norte, cujos membros têm criticado o plano por reduzir muito profundamente o financiamento do governo para pequenas cidades e províncias. O ministro da Economia, Giulio Tremonti, cuja defesa dos cortes o deixou isolado politicamente, também participou da reunião.

O encontro aconteceu antes do fim do prazo – hoje às 15h (de Brasília) – para que membros do Parlamento apresentem propostas para emendar o plano. O valor total dos cortes não está em discussão, mas a imprensa italiana afirmou que alguns membros da Liga Norte estão pedindo medidas diferentes para gerar economias.

Impostos para mais ricos

Uma mudança seria um aumento de um ponto porcentual no imposto sobre valor agregado, para 21%, segundo o jornal Corriere della Sera. A proposta de unir cidades com menos de 1.000 habitantes e eliminar províncias com menos de 300 mil habitantes seria mudada ou excluída do plano.

O plano também prevê um imposto de “solidariedade” de 5% para pessoas que tenham renda superior a 90 mil euros por ano. No entanto, alguns aliados de Berlusconi pediram que o imposto seja aplicado apenas a quem tem renda superior a 200 mil euros por ano, segundo jornais.

Caso o governo aceite as mudanças propostas, as emendas serão apresentadas a comitês do Senado para aprovação antes de serem votadas por todo o Senado e pela Câmara Baixa do Parlamento, em meados de setembro. O maior grupo sindical da Itália convocou uma greve geral para 6 de setembro para protestar contra o plano de austeridade.