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Bancos internacionais preveem crescimento menor no Brasil e emergentes

Valor Online

Por Assis Moreira

GENEBRA – Bancos internacionais continuam reduzindo as projeções de crescimento econômico do Brasil e de outros emergentes para 2011 e 2012, em meio à deterioração da atividade nos países mais avançados.

Menores perspectivas de crescimento nos Estados Unidos e na zona do euro, redução nos preços de commodities e condições mais difíceis nos mercados financeiros levaram o Royal Bank of Canadá (RBC) a rebaixar as projeções de crescimento de quase todos os emergentes.

As principais revisões para baixo das projeções de expansão econômica foram para Argentina, Brasil, México, Hungria, Turquia, Israel e China.

“Com os emergentes contribuindo em aproximadamente 70% a 80% do crescimento global, esse rebaixamento das perspectivas de crescimento dos emergentes pode minar ainda mais a dinâmica do mercado financeiro’, avalia o banco.

Para o Brasil, a expectativa agora é de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha expansão de 0,7% no segundo trimestre e de 0,5% no terceiro, antes de acelerar para 1% no quarto trimestre. Isso deixa 2011 com um crescimento anual do PIB de 3,6%, comparado com os 4,1% da projeção anterior. Para 2012, a estimativa recuou para 3,8%, comparado aos 5% anteriores, como resultado tanto de um ponto de partida mais fraco como de desaceleração da economia mundial.

Mas o banco canadense nota que a frágil situação global será em parte compensada pela sólida demanda doméstica no Brasil, incluindo ganhos salariais, aumento do emprego, expansão do crédito, investimentos robustos e gastos públicos em infraestrutura.

Também o banco Barclays, de Londres, aposta em um avanço de 0,7% no PIB no segundo trimestre. Avalia que o consumo continuará a alimentar a atividade econômica no Brasil e projeta crescimento econômico de 3,8% este ano.

Para o Barclays, bancos centrais na América Latina visivelmente já abandonaram o clima de aperto monetário e estão agora em estado de alerta, esperando sinais para deflagrar um novo ciclo de flexibilização.

Acha que a onda “dovish” é maior no Chile e no Brasil, onde estima que pelo menos 110 pontos base de corte de juros já estariam precificados para os próximos 18 meses.

A referência à onda “dovish” vem do neologismo inglês que deriva de “pombo” (“dove”) e designa os defensores de taxas de juros mais baixas e de uma postura mais tolerante com a inflação. (Assis Moreira | Valor)