Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Sindicatos querem mudar cálculo da aposentadoria até junho


Mudança na fórmula criada pelo governo pode fazer o trabalhador se aposentar mais cedo

Renan Ramalho, do R7, em Brasília 
 

Em reunião com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, as centrais sindicais definiram nesta quinta-feira (5) uma agenda de negociações com o governo sobre as principais reivindicações dos trabalhadores.

A principal, com expectativa de ser concluída até junho, é o fim do fator previdenciário, que diminui o valor das aposentadorias quanto menor for o tempo de contribuição. O mecanismo, criado na década de 90, visa desestimular aposentadorias precoces.

Ao final do encontro, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique, rejeitou uma proposta alternativa que definiria uma idade mínima para homens e mulheres se aposentarem.

– Idade mínima é muito mais prejudicial aos trabalhadores que começam cedo no mercado de trabalho. É diferente você discutir idade mínima no Brasil e na França, onde querem aumentar a idade mínima de 65 para 67 anos. Só que na França um trabalhador começa a trabalhar depois de concluir os estudos. Não é que nem no Brasil em que começa com 15, 16 anos para poder botar dinheiro dentro de casa.

A alternativa defendida por CUT e outras centrais levaria em conta a soma da idade com o tempo de contribuição para conseguir a aposentadoria. Homens poderiam parar sem reduzir benefícios quando o tempo de trabalho mais a idade chegasse a 95 anos. As mulheres poderiam desfrutar do benefício integral quando a soma chegasse a 85.

Nesta primeira reunião com o governo, que ocorrerá todos os meses, as centrais também definiram a discussão de outras demandas. Uma delas é a reforma tributária e a desoneração da folha de pagamentos.

Os sindicalistas temem que cortar impostos dos empregadores tenha impacto negativo nas contas da Previdência Social, o que pode levar o governo a cortar benefícios.

Outra demanda é a progressividade dos impostos, pela qual mais ricos pagam mais tributos. Na próxima segunda-feira (9), as centrais se reúnem em São Paulo para montar a estratégia de negociação com governo, Congresso e trabalhadores. A próxima reunião com Carvalho será no dia 2 de junho.