Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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País cria 1,8 milhão de empregos de janeiro a agosto

Número representa alta de 33% em relação a 2007; em 12 meses, foram abertas mais de 2 milhões de vagas. 

O bom desempenho da economia tem se refletido no mercado de trabalho, com alta de 33% na abertura de vagas com carteira assinada. De janeiro a agosto, foi criado 1,8 milhão de empregos, ante 1,35 milhão nos oito primeiros meses de 2007. É a maior contratação formal para o período registrada na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Pela primeira vez o País superou a marca de 2 milhões de empregos criados em 12 meses: de setembro de 2007 a agosto de 2008 foram gerados 2.065.297 postos de trabalho.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que 2008 deve bater o recorde do ano passado, quando foi criado 1,6 milhão de empregos. Ele espera fechar o ano com mais de 2 milhões de contratações. “É um número forte em qualquer país do mundo. É um número para ser exportado até para a China.”

Em agosto, 239.123 empregos formais foram criados, número 79% superior ao de agosto de 2007 e melhor resultado para o mês. Com isso, o estoque de assalariados contratados pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) subiu 0,78% em relação a julho, chegando a 30,77 milhões de trabalhadores.

Só a agricultura registrou demissões em agosto. Segundo dados do Caged, foram fechadas quase 5 mil vagas no campo por causa da entressafra no Centro-Sul. A queda, no entanto, é menor que a de agosto de 2007, quando o setor demitiu 30,8 mil trabalhadores. “2008 está sendo tão forte, tão atípico, que o homem do campo está preferindo manter o seu trabalhador e diversificar as culturas. É até surpreendente, mas estamos num ciclo virtuoso, que acho que vai demorar alguns anos.”

No acumulado de janeiro a agosto, todos os setores ampliaram o número de postos de trabalho. Serviços foi o que mais contribuiu, com 583,2 mil vagas, número recorde para o segmento. A indústria de transformação ampliou em 409,9 mil os empregos formais e a agricultura criou 266,9 mil vagas.

“Mesmo a taxa de inflação subindo (o que levou ao aumento dos juros) não impediu o crescimento, porque os investimentos são planejados com muita antecedência. O Brasil virou uma grande meca de negócios”, disse o ministro. Segundo ele, os ganhos reais do salário mínimo criaram “uma escada” que levou à melhoria generalizada dos vencimentos: 90% dos acordos coletivos incluíram aumento real de salário. “É um ciclo amarrado. Ganha quem produz, quem investe e ganha o trabalhador”, afirmou.

Em agosto, pela primeira vez no ano, a geração do emprego nas regiões metropolitanas superou a do interior. Foram criados 97,29 mil empregos formais nas nove áreas metropolitanas, ante 77,18 mil. Lupi explicou que essa inversão é normal no segundo semestre, em virtude do ciclo agrícola. Na Grande São Paulo, foram criados 49,9 mil empregos com carteira assinada. No interior paulista, esse número chegou a 33,6 mil.