Marcelo Rehder
Estudo da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) revela que as grandes empresas nacionais foram às compras de outras empresas, até no exterior, aproveitando o bom momento de liquidez, de acumulação de recursos próprios e de acesso a financiamentos e ao mercado de capitais. Com base em uma amostra maior, de 192 empresas, a entidade constatou que os investimentos que mensuram as participações em controladas e coligadas cresceram 37,2%, de R$ 50,2 bilhões no primeiro semestre de 2007 para R$ 68,9 bilhões em igual período deste ano.
Já o indicador que avalia mais propriamente os investimentos novos das empresas aumentou de R$ 570 bilhões para R$ 641 bilhões – ou seja, um crescimento de 12,5%. “Esse porcentual pode ser considerado como muito favorável, embora um pouco inferior ao da média dos últimos anos”, afirma Geraldo Biasoto Jr., diretor-geral da Fundap.
Segundo ele, o fato pode ser explicado pelo contexto internacional de crise e a crescente disposição do Banco Central em elevar a taxa de juros no primeiro semestre desse ano, o que acabou se concretizando a partir de abril. Para o grupo indústria, sem considerar a Petrobrás, o aumento do imobilizado foi de 13,3%.
O ativo permanente do total das empresas teve aumento de 14,7%, de R$ 669 bilhões para R$ 767 bilhões. Como decorrência destacada desse crescimento, o ativo total das empresas selecionadas teve acréscimo de 14,1%, passando de R$ 1,1 trilhão para R$ 1,3 trilhão. O grupo com maior crescimento foi o Comércio, com 20,3%, seguido pela Indústria, com 18,1%, e pela Indústria sem Petrobrás, com 17,8%. O menor crescimento ficou com o setor de Serviços, de 8,2%.