Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Centrais protestam contra aumento da taxa básica de juros

A Força Sindical considerou desproporcional o aumento de 0,75% na taxa básica de juros (Selic) decidido nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Econômica (Copom). De acordo com nota divulgada pela central sindical, o aumento determinado pelo Banco Central não corresponde às expectativas de disparada da taxa inflacionária.

– É que a subida dos preços das mercadorias foi provocada pela redução da oferta e não pela demanda. Por isso, o aumento do juro básico é colossal, inoportuno e inconveniente.

A nota classifica ainda que os argumentos do Banco Central como estapafúrdios. – São produtos das cabeças de tecnocratas que não saem de seus gabinetes para ver como funciona o Brasil real. Vamos continuar lutando por redução dos juros e por melhores salários e condições de vida para os trabalhadores – diz a nota.

A nota alerta que a alta da taxa Selic tem um custo muito grande para o país porque impacta a dívida pública, inibe os investimentos produtivos, diminui a demanda e, conseqüentemente, reduz o crescimento econômico e a geração de empregos.

– Defendemos a proposta segundo a qual é preciso mudar a política econômica para atender a demanda de milhões de trabalhadores, pois a atual privilegia basicamente os bancos e os especuladores – diz a nota.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) considerou inadequado o aumento dos juros em face ao decréscimo no preço dos alimentos, medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

– O aumento da taxa básica de juros anunciada hoje é ainda pior se considerarmos o Índice do Custo de Vida divulgado ontem pelo Dieese, de 0,32% em agosto, com queda acentuada dos alimentos. Antes que o Copom diga que a queda é fruto de sua política, lembramos que em nota anterior a CUT afirmava que a pressão inflacionária recente era restrita ao item alimentação, com influência internacional sobre a qual a taxa básica de juros não teria eficácia, e, portanto, não era resultado de superaquecimento da economia nacional, nem mesmo inflação de demanda. Os diversos índices que medem a inflação estão confirmando nossa análise – diz a análise divulgada pela CUT.