Artigo de João Guilherme Vargas Netto
A cada dia que passa vai ficando mais evidente o caráter positivo da conjuntura econômico-social. Mas esta positividade somente será de plena utilidade aos trabalhadores e ao movimento sindical se, apoiando-se nas necessidades e potencialidades da economia, eles tiverem competência de agir unitariamente.
De nada adianta a luz se não há olhos para vê-la, e a manga no pé não é gostosa para ninguém.
A campanha unitária da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo (ligada à Força Sindical) vem sendo desenvolvida com base no mote: “pressão sem pressa”.
Isto por dois motivos. O primeiro deles é a necessidade de mobilização na base e das direções, e o segundo porque a data-base só é em novembro após os eventuais dois turnos das eleições municipais e as próprias campanhas dos metalúrgicos das montadoras (data-base em setembro).
Os metalúrgicos da Força Sindical já anunciaram as suas reivindicações prioritárias, destacando-se entre elas o reajuste de 20% que cobre a inflação do período (cerca de 7,5%) e se completa com a taxa de crescimento média do setor metalúrgico durante o ano e na quinta-feira, dia 4 de setembro, a passeata de 5 mil metalúrgicos marcou a entrega da pauta ao patronato do setor.
Os metalúrgicos da Força Sindical têm dado grandes demonstrações de combatividade e se empenham fortemente, com unidade, nas campanhas salarial e eleitorais.
Mas não só eles. No Rio de Janeiro uma grande manifestação dos metalúrgicos reivindicou a construção, aqui no Brasil, de uma plataforma da Petrobrás. Em Camaçari, na Bahia, os metalúrgicos da Ford conquistaram com greve as 40 horas (sem redução de salários).
Os metalúrgicos das montadoras, repelindo as ridículas contrapropostas do patronato, começam a dar o ar de sua graça em São Bernardo, São José dos Campos, Campinas, Sumaré e Indaiatuba (em São Paulo) e em Curitiba (no Paraná), com as greves que têm realizado (é só rever o furo jornalístico de Cibelle Bouças no Valor Econômico do próprio dia 4 de setembro).
Mesmo sem uma coordenação explícita, têm lutado unitariamente trabalhadores cujos sindicatos são filiados à CTB, à Conlutas, à Intersindical, à CUT e à Força Sindical.