Jornal da Tarde
No ano em que o País ainda sofria os efeitos da crise econômica mundial, as empresas apostaram na contratação de trabalhadores com mais de 50 anos e maior escolaridade e até melhoraram a remuneração média na comparação com 2008.
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2009, houve um crescimento de 15,11% do emprego formal para pessoas com mais de 50 anos de 2008 para 2009, que avançou de 297.909 para 320.620 postos de trabalho.
Por outro lado, mesmo com as políticas de incentivo do governo federal, foi registrada uma expansão de apenas 4,07% das vagas — de 359.872 para 365.139 — para trabalhadores na faixa etária entre 16 e 24 anos de idade. “Na hora da crise, primeiro foram demitidos os menos experientes”, frisou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante a apresentação da Rais.
Na avaliação do ministro, a principal dificuldade para o jovem entrar no mercado de trabalho é justamente a falta de qualificação técnica e experiência. “Essa é a realidade do mercado”, reforçou. Lupi disse ainda que, mesmo apresentando dados de 2009, ou seja defasados, a Rais é uma fotografia do mercado de trabalho brasileiro.
No ano passado, segundo a Rais de 2009, foram gerados 1,766 milhão de empregos com carteira assinada — pior número desde 2003 (861.014). De 2003 a junho de 2010, foram criadas 13,997 milhões de postos de trabalho. A meta é atingir 15 milhões até dezembro. No total, existem no país 41,207 milhões trabalhadores com carteira assinada. Se considerado o resultado acumulado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esse número sobe para 42,680 milhões.
Em 2009, o rendimento médio dos trabalhadores formais apresentou um crescimento real de 2,51% (corrigido pelo INPC) e saltou de R$ 1.556,15 em dezembro de 2008 para R$ 1.595,22 no final de 2009. (Edna Simão)