Dados do setor de bens de capital refletem avanço de investimentos das empresas
Em maio, produção geral da indústria ficou estável, mas resultado acumulado do ano tem crescimento de 17,3%
PEDRO SOARES – DA SUCURSAL DO RIO
Em seu conjunto, a indústria estagnou de abril para maio, mas o detalhamento dos dados mostra um avanço na produção de bens de capital, sinal do crescimento dos investimento na economia.
A categoria que agrega a produção de máquinas e equipamentos cresceu 1,2% na comparação livre de influências sazonais -a 14ª taxa consecutiva de expansão.
Já o total da indústria -afetada pela freada na produção de bens de consumo- mostrou estabilidade de abril para maio. Por outro lado, registra alta de 14,8% na comparação com maio de 2008 -sob influência da fraca base de comparação dos cinco meses iniciais de 2009.
De janeiro a maio, a indústria acumula avanço de 17,3% -o maior para o período desde o início da pesquisa do IBGE, em 1991.
Passada a crise, as indústrias voltaram a investir no “aumento de capacidade produtiva”, diz André Macedo, economista do instituto.
Com abertura de novas unidades, ampliações e modernizações, a capacidade instalada cresce, e cai o risco de pressão inflacionária.
De olho nos dados da indústria, o Banco Central calibra sua política monetária e poderia até optar, diante da retomada dos investimentos, por alta mais branda dos juros. “O BC não vai mudar sua trajetória de alta da Selic. A economia continua aquecida”, diz Rafael Bacciotti, analista da Tendências.
Apesar do bom desempenho, a produção de bens de capital fechou maio com queda de 2,4% na comparação com seu patamar recorde, de setembro de 2008.
Dentre os bens de capital, os destaques, em maio, ficaram com os destinados à construção civil, à própria indústria e ao transporte.
Já a queda de bens de consumo semi e não duráveis (-0,9%) reflete a menor produção de gasolina, com da parada de refinarias e da retração pontual do setor farmacêutico e de alimentos.