Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Programa assistencial compõe 18,5% da renda


Matérias de 23 de junho de 2010

Jacqueline Farid

A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, no rendimento das famílias brasileiras aumentou significativamente no governo Lula. Se em 2003 esses programas respondiam por 15% do rendimento familiar mensal total, em 2009 chegaram a 18,5%. No Nordeste, o peso desses programas de transferência de renda subiu de 18,4% em 2003 para 22,5% em 2009.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio mensal familiar no Brasil era de R$ 2.641,63 em 2009, sendo que o rendimento do trabalho foi responsável por 61% desse total.

A segunda maior participação no rendimento em 2009 foi a das transferências de renda (18,5%), com destaque para as aposentadorias e pensões governamentais que, em 2008/09, representaram mais de 80% das transferências, sendo 55% provenientes do INSS. Já os programas sociais federais, como o Bolsa Família, representaram 3% das transferências.

De acordo com a pesquisa do IBGE, nas famílias com renda de até R$ 830,00, a maior parte dos rendimentos (46,3%) foi proveniente do trabalho, sendo que as transferências vinham em segundo lugar (26,7%) para essa faixa de renda, sobretudo de aposentadorias e pensões.

 

Falta de comida afeta 35,5% das famílias

Jacqueline Farid

A fome zero ainda não é realidade no País, embora o acesso das famílias brasileiras à comida tenha aumentado significativamente em sete anos. Ainda que 35,5% dos grupos familiares vivam em situação de “insuficiência da quantidade de alimentos consumidos”, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008/2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora o número seja alto, a pesquisa aponta que o porcentual de grupos familiares nesta situação é bem inferior ao apurado na pesquisa anterior, referente ao período 2002/2003, quando os alimentos eram insuficientes para 46,7% das famílias consultadas. No Norte, mais de 50% das famílias ainda não comem o que necessitam.

Houve redução da fome em todas as regiões brasileiras. Os destaques ficaram com o Sudeste – onde os alimentos eram insuficientes para 43,4% das famílias em 2003, enquanto em 2009 essa situação baixou para 29,4% – e o Norte (de 63,9% para 51,5%).

Apesar de comerem mais, as famílias brasileiras ainda não conseguem escolher sempre os alimentos consumidos. Apenas 35,2% delas consomem sempre os alimentos “do tipo preferido”, enquanto 52% nem sempre conseguem comer o que querem. Outras 12,9% das dos grupos familiares ”raramente” consomem o tipo preferido de comida.

 

Cresce despesa com transporte das famílias

Jacqueline Farid
Glauber Gonçalves

As despesas mensais de consumo das famílias brasileiras com transporte aumentaram nos últimos anos e boa parte de tal incremento estaria ligado ao crescimento da oferta de financiamento para a compra de veículos, segundo avaliam os técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje o a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009).

A POF mostra que, em 2009, a maior parte das despesas familiares de consumo, ou 75%, estava com o trio transporte, alimentação e habitação, praticamente o mesmo porcentual que os três somavam em 2003. Porém, enquanto a fatia da alimentação no total de despesas de consumo caiu um pouco entre 2003 (20,8%) e 2009 (19,8%), e o porcentual da habitação ficou praticamente inalterado em torno de 36% no período, no caso do transporte houve aumento de 18,4% para 19,6%, ou seja, parte dos gastos com alimentação foi deslocada para o transporte. O aumento desse grupo nos gastos de consumo ocorreu nas áreas rural e urbana.

Vale destacar o forte aumento ocorrido nas despesas de consumo com transporte, na área rural, entre 1975 (7,5%) e 2009 (20,6%). Mas a alta, desde a década de 70, também foi significativa na área urbana, onde os transportes respondiam por 11,9% das despesas em 1975 e chegaram a 19,5% em 2009.

O gerente da POF, Edilson Nascimento Silva, disse que o aumento pode refletir a maior disponibilidade de financiamento para aquisição de automóveis e também a alta nos preços dos combustíveis no período. Além do transporte, também subiram os gastos de consumo com assistência à saúde (6,5% em 2003 para 7,2% em 2009), mas caiu a parcela voltada para educação (4,1% para 3,0%).

 

Média mensal de gasto familiar foi R$ 2.626 em 2009

Jacqueline Farid
Glauber Gonçalves

A família brasileira gastou, em média, R$ 2.626,31 por mês em 2009. No Sudeste, o gasto médio mensal é maior, de R$ 3.135,80 ou quase o dobro do gasto médio de famílias no Nordeste, que têm a menor despesa mensal, de R$ 1.700,26, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Distrito Federal tinha a maior despesa média total, de R$ 3.963,99 por mês, que é 50,9% superior à média nacional (R$ 2.626,31). Em seguida, estão Santa Catarina (R$ 3.509,58) e Rio de Janeiro (R$ 3.386,78). Os Estados de Alagoas (R$ 1.223,94), Ceará (R$ 1.431,96) e Maranhão (R$ 1.466,96) tinham as menores despesas mensais. Em São Paulo, o gasto mensal era de R$ 3.337,00.

A POF revela também que a composição de despesas entre as famílias varia bastante, dependendo da faixa de renda. Enquanto para os mais pobres (até dois salários mínimos) a alimentação, habitação e aluguel lideram o ranking das despesas totais mensais, os mais ricos (acima de 25 salários mínimos) gastam mais com habitação, transporte e aquisição de imóveis.

Além do rendimento, a cor e a raça também interferem nas despesas. Em 2009, os “brancos” gastavam quase o dobro dos “pretos” no País, conforme designação usada pelo IBGE. Enquanto o total de gastos das famílias “brancas” somava R$ 3,371,27 em 2009, as famílias “pretas” gastavam R$ 1.783,64 e as “pardas”, R$ 1.885,41.