Empresa não apresentou proposta convincente de PLR. Volvo e Volkswagen também podem parar nos próximos dias.
Os metalúrgicos da Renault, em São José dos Pinhais, decidiram hoje (14), em assembleia, às 5h, entrar em greve por tempo indeterminado até que a Renault atenda suas reivindicações de Participação nos Lucros e Resultados (plr). Eles reprovaram a nova proposta da montadora, a qual continha os mesmos valores de ontem – R$ 7,5 mil de valor total e mínimo de R$ 6,2 mil – e retirava as exigências de produção de 187 mil veículos e participação de 5% no mercado nacional, consideradas irreais e inatingíveis pelos metalúrgicos.
Os trabalhadores querem ou um valor total de R$ 9 mil, ou uma 1ª parcela maior que o contido na atual proposta da empresa, de R$ 4,75 mil. Nesse caso, a discussão da 2ª parcela adiada para os próximos meses. “Esse é o patamar que vem sendo negociado em outras montadoras, como a Ford, em São Bernardo do Campo (SP), que semana passada fechou uma PLR de R$ 9 mil”, compara o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.
Uma nova assembleia com os trabalhadores está marcada na segunda-feira para definir os rumos da greve.
A Renault emprega 3.500 trabalhadores e fabrica hoje 760 veículos (700 automóveis e 60 utilitários) por dia. Com a mobilização, 1,52 mil unidades deixam de ser produzidas.
Ultimato na Volvo
Mobilizados, metalúrgicos da Volvo ocuparam o estacionamento da empresa durante a assembléia do SMC na manhã desta sexta-feira (14) e deram um ultimato para a montadora apresentar a proposta da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2010. Agora, a direção da fábrica tem 48h para apresentar uma proposta de no mínimo R$ 10.000,00, conforme a pauta aprovada pelos metalúrgicos em 28 de abril.
Caso a empresa não atinja o valor mínimo, os trabalhadores poderão cruzar os braços e deflagrar greve por tempo indeterminado. A decisão será tomada em assembleia, em porta de fábrica, na próxima terça-feira (18), as 7h. A assembleia pode ser antecipada para segunda-feira caso a empresa apresente, ainda hoje, proposta a altura da exigência dos trabalhadores.
Além do mínimo de R$ 10.000,00, os metalúrgicos exigem valor da 1ª parcela no mínimo igual ao das outras montadoras, pagamento em 28 de maio, extinção do KPI (avaliação individual) e utilização apenas dos blocos I e II para avaliação e pagamento da PLR 2010.
A Volvo está localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), têm cerca de 2.800 trabalhadores e fabrica ônibus e caminhões médios e pesados.
Volkswagen parada no final de semana
Os 3,5 mil metalúrgicos da Volkswagen, também de São José dos Pinhais-PR, decidiram ontem (14) em assembleias, em porta de fábrica, dar prazo de 24 horas para que a montadora apresente uma proposta de PLR. Como a empresa não se posicionou, eles não vão trabalhar nesse final de semana, para o qual estavam programadas 3h de compensação de feriado e mais horas extras. Novas assembléias ocorrem na próxima terça-feira, às 5h e às 14h, em porta de fábrica. A possibilidade de greve também é grande. Os metalúrgicos só aceitam iniciar as negociações se a empresa apresentar a mesma proposta que fez aos trabalhadores de São Paulo: R$ 4.300,00 para a primeira parcela.
A Volks de São Bernardo-SP tem sete mil trabalhadores e produz 1.050 carros por dia. No Paraná são 2.900 trabalhadores para uma produção de 800 veículos / dia. Ou seja, a unidade do PR tem produtividade 80% maior.
New Holland
Os 1,8 mil metalúrgicos da New Holland reprovaram ontem, às 6h, proposta de R$ 3.800,00 mil de PLR, com adiantamento de R$ 1.900,00. Eles deram prazo de 48 horas para a indústria melhorar a proposta. Os metalúrgicos da empresa exigem no mínimo 80% do que for fechado nas montadoras instaladas no Paraná. Nova assembleia ocorre terça-feira, 18 de maio, às 6h45, também em porta de fábrica.
Bosch do Brasil
Na última quarta-feira, na unidade da Bosch localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em protesto contra a falta de proposta de PLR, os 3,5 mil metalúrgicos realizaram paralisação de 2h em cada entrada de turno. Eles deram prazo legal de 48 horas para a empresa apresentar proposta. Novas assembleias ocorrem na segunda-feira, às 5h e às 14h, nas quais serão definidos os rumos de mobilização. A tendência de greve é grande.
Por Confraria da Notícia – Comunicação e Marketing
Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba
Texto: Nilton Oliveira Pinto (SMC)
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