O sistema capitalista funciona na busca constante do equilíbrio entre a oferta de capital e de trabalho. O capital só se expande com o aumento da contratação de mão de obra, de novos trabalhadores e trabalhadoras. Porque nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos os geradores de riqueza. Dependem da nossa contratação e atuação dentro das fábricas a reprodução e a ampliação do capital, dos lucros e dos resultados das empresas.
Quando sabemos que as contratações estão aumentando do jeito que o presidente Lula gosta e diz “como nunca aconteceu neste país”, é hora de nos concentrar no nosso lado da balança e nos organizar para transferir para nossos bolsos e para nossas famílias os ganhos que os empresários vão ter.
Eis alguns números que devem nos animar: Em 2010, o Brasil criará 2 milhões de novos empregos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os números foram calculados a partir do ritmo de expansão econômica estimado em 5,5%; Segundo o Ministério do Trabalho, o mês de fevereiro será o melhor mês da história em termos de geração de empregos, chegando a mais de 181 mil novos postos de trabalho, de acordo com as estatísticas que ainda serão divulgadas.
Ou seja, a classe trabalhadora brasileira, depois de ter amargado um ano de 2009 bravo em função da crise e da neutralidade adotada por vários setores empresariais, volta, agora, com tudo e teremos em nossa capacidade de mobilização as condições de começar a recuperar nossas perdas do ano passado.
Vamos agir em duas frentes. Começar as ações nas fábricas, com reuniões permanentes no Sindicato e nos bairros para exigir dos patrões a melhor Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de nossa história. Temos condições de buscar valores que fiquem na nossa memória.
E, como todos sabem, PLR é nada mais nada menos que a reposição de parte dos ganhos que transferimos para os patrões em produtividade. Portanto, se nós ganharmos muito, os empresários vão ganhar muito mais. A outra frente de atuação é a mobilização para a Campanha Salarial deste ano, que é um ano eleitoral, que nos coloca numa posição de força e de capacidade de pressão.
Desde que mantenhamos, como fazemos sempre, nossa união e organização dentro e fora das fábricas. E, além disso, vamos manter nossa mobilização a favor das 40 horas semanais, sem redução dos salários. Ampliando, ainda mais, as oportunidades para outros 2 milhões de companheiros e companheiras, que poderão ocupar uma nova vaga no mercado de trabalho.
Cícero Martinha
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Por Andressa Besseler
Jornalista