Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Em campanha salarial, metalúrgicos param fábricas

Escrito por Evandro Fadel e João Carlos de Faria

Os metalúrgicos das montadoras Renault/Nissan e Volkswagen/Audi, instaladas em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba, fizeram uma paralisação durante todo o dia de ontem, em protesto à contraproposta das empresas ao reajuste salarial.

Os sindicatos patronal e dos trabalhadores ainda teriam reuniões na noite de ontem e, dependendo do andamento das conversas, a categoria pode entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba apresentou uma proposta de cerca de 13% de reajuste, dos quais 7,6% (projeção) corresponderiam às perdas inflacionárias e 5% seriam o aumento real. Os trabalhadores reivindicam ainda R$ 1,5 mil de abono.

A contraproposta apresentada na sexta-feira contempla a reposição da inflação, mas reduz para 0,5% o ganho real. Segundo o sindicato, a resposta patronal não toca na questão de abono salarial. A data-base da categoria é 1º de setembro.

A Assessoria de Imprensa da Volvo informou que a paralisação causou “estranheza” à empresa, visto que as negociações estão ocorrendo, até mesmo com uma reunião marcada para a noite de ontem. A Renault e a Volkswagen preferiram não se pronunciar sobre a paralisação dos funcionários.

ESCALADA DE GREVES

Em São José dos Campos, o Sindicato dos Metalúrgicos de tem marcada para hoje mais uma rodada de negociações com o Sindicato das Montadoras (Sinfavea), na tentativa de um acordo em relação à campanha salarial deste ano.

Os trabalhadores prometem fazer uma “escalada de greves” nas indústrias da região para pressionar os patrões. Diariamente, serão paralisadas empresas localizadas na base territorial do sindicato, em períodos de 24 horas.

Na manhã de ontem, trabalhadores do setor de montagem da fábrica local da General Motors paralisaram as atividades por um período de duas horas, das 6 às 8 horas. Em assembléia, eles protestaram contra a suspensão, por sete dias, dos sindicalistas José Ribeiro e Eduardo Carneiro, ocorrida na sexta-feira. “Queremos a revogação desse ato anti-sindical praticado pela empresa”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Procurada pela reportagem, a Assessoria de Imprensa da empresa informou que não faria comentários sobre o caso.

A categoria reivindica reajuste de 18,83%, referente à reposição da inflação e ao aumento real, aumento do piso salarial, redução da jornada de trabalho, sem diminuição de salário, e gatilho salarial a cada vez que a inflação alcançar 3%.

A última rodada de negociação dos metalúrgicos com as montadoras, na sexta-feira, terminou em impasse. As empresas ofereceram 0,5% de aumento real, muito abaixo da reivindicação dos trabalhadores. “A luta nas fábricas vai aumentar, porque só assim os patrões vão ouvir os trabalhadores”, afirmou o diretor do sindicato, Vivaldo Moreira.