Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Eluma cancela demissões

Pedro Souza

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André conseguiu firmar acordo com a empresa Eluma – produtora de cobre localizada na cidade – para cancelar as demissões de cinco funcionários, anunciadas em janeiro.

De acordo com o diretor administrativo do sindicatos, Adilson Torres, o Sapão, “foi enviada a pauta, cuja prioridade era que a empresa voltasse atrás quanto ao corte destes cinco funcionários, que são prejudicados por terem sofrido acidentes no trabalho há alguns anos”. Ele explica que as demissões, no mês passado, atingiram 69 trabalhadores.

Ontem, o sindicato realizou assembleia na planta da Eluma, no bairro Utinga. O objetivo foi anunciar aos funcionários a conquista. Cerca de 200 empregados acompanharam a divulgação. Hoje, o encontro acontece na unidade da empresa, em Capuava.

Sapão explicou que, entre as 69 pessoas demitidas, 20 já eram aposentados. “Os demais nós estamos correndo atrás se também não sofreram acidentes de trabalho para reivindicar suspensão de suas demissões.”

Os cinco funcionários que escaparam do grupo demitido continuarão recebendo salários e benefícios, porém não exercerão suas funções na empresa. Sapão diz que a primeira luta foi vencida, mas o sindicato não vai deixar este caso de lado.

DE VOLTA

O operador de fundição Sérgio Antonio da Silva, funcionário da unidade de Utinga, pertence ao grupo que ficou fora do corte pelas doenças ocupacionais, mas não está contente em ficar em casa. Ele gostaria de participar novamente do quadro de funcionários ativos. “Vale a pena porque tem a convivência com os colegas”, diz.

Há 30 anos na unidade de Capuava, o operador de máquina especializada José Carlos Teixeira critica a atitude da Eluma. “Eu defendi a companhia e olha o que eu ganho. Desde 1987, tenho a sequela de um acidente (parte do dedo mindinho amputada) e é isso que ia ganhar.” Ele não acredita que outras companhias o contratariam com suas condições e idade atual, 50 anos.

Adelson Nascimento Couto, que operava ponte rolante na planta de Utinga, tem a mesma opinião sobre o futuro. “Dificilmente seria contratado”, disse. Ele contou que sofre de hérnia de disco e bursite desde 1995.

Para o diretor executivo do sindicato, Elenisio Almeida Silva, o Léo, a responsabilidade é do médico da empresa, que “não diagnostica direito os funcionários”.

O diretor da unidade de Utinga da Eluma, Wilson Nunes, informou por meio de sua secretária, que “a empresa não se pronunciaria sobre o assunto”.