Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

40 horas semanais ou 11 horas por dia?

Reportagem divulgada pelo Diário do Grande ABC nos mostra que quase metade dos brasileiros trabalha entre nove e 11 horas por dia. Dos 523 profissionais ouvidos no Brasil, 43% têm essa carga horária. Nos demais 84 países, onde a pesquisa também foi realizada, a média é de 38%.

O Diário ouviu Guilherme Ribeiro, diretor da Regus, empresa que patrocinou a pesquisa, que disse que cada vez mais se dilui o limite entre o que é serviço nos horários de expediente e nos horários que deveriam ser dedicados às folgas.

Além disso, se constata que a distância entre o emprego e a residência é mais um fator de estresse e de gasto de tempo, com o consumo mínimo de uma hora para ir e outra hora para voltar do trabalho.

É por se agravar esse cenário de muitas horas dedicadas ao trabalho que nosso Sindicato, junto com a Força Sindical e demais centrais, está na batalha pelas 40 horas semanais, sem redução de salario e com um controle rígido das horas extras.

Para as empresas o que interessa é a produção sem se preocupar com a qualidade de vida de seus empregados. Mas com as 40 horas semanais vamos obrigar os empresários a buscar maneiras alternativas de manter a produção, através de um planejamento melhor ou com a contratação de mais profissionais.

Porque o excesso de horas trabalhadas gera consequências para a saúde pessoal e para o bem-estar das famílias, sem o retorno financeiro significativo .

Estar junto dos nossos filhos, ter mais tempo para nós mesmos e poder se dedicar à leitura, ao aprendizado e ao convívio familiar é algo que não tem preço.

Com as 40 horas semanais vamos poder flexibilizar também nossos horários de entrada e saída. Pois será bom para as empresas e melhor ainda para desafogar o trânsito, reduzindo as horas que perdidas dentro de ônibus, trens e metrôs.

Nosso papel político e social como trabalhadores é reforçar a campanha pelas 40 horas semanais. Porque se depender dos empresários, vamos trabalhar até 16 horas por dia e, em muitos casos, ainda seremos obrigados a levar tarefas para casa.

Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá