Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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150 dirigentes na Assembleia da CNTM em Foz do Iguaçu

Fotos: Nilton Oliveira
Apoio à luta dos metalúrgicos paraguaios da Acepar

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, CNTM, reunida em assembleia em Foz do Iguaçu, nos dias 27, 28 e 29 de maio, com a presença de cerca de 150 dirigentes sindicais dos metalúrgicos de todo o País, declarou solidariedade e apoio à luta dos metalúrgicos paraguaios e, especialmente, aos companheiros do Sindicato dos Trabalhadores (Sitrac) e aos cerca de 700 trabalhadores da Acepar, em greve há mais de um mês contra o não cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho. Os metalúrgicos brasileiros repudiam as ameaças contra os companheiros paraguaios e a CNTM, por intermédio do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, coloca-se à disposição da FITIM para enviar o apoio necessário para o justo movimento grevista do Sitrac e dos trabalhadores da Acepar.


Reunião do Conselho de Representantes da CNTM foi 
realizada em Foz do Iguaçu/PR

Na abertura do evento, no dia 27 de maio, ocorreu um debate sobre a atual conjuntura política, econômica e social do País, com a participação de expressivas lideranças políticas e sindicais. Paulinho, presidente da Força Sindical, destacou a força e representatividade da categoria metalúrgica no País e ressaltou a importância da unidade do movimento sindical nas recentes conquistas para a classe trabalhadora e nos atuais desafios como, por exemplo, a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, para gerar emprego e mais qualidade de vida para os trabalhadores.

Paulinho considera fundamental, nas eleições deste ano, a ampliação das bancadas de representantes sindicais nos parlamentos estaduais e federais para garantir a continuidade dos avanços trabalhistas e sociais no País. “Os setores conservadores tentam minar o sindicalismo brasileiro e impedir o desenvolvimento econômico no Brasil, com distribuição de renda e inclusão social. Por isto, devemos manter a unidade nas lutas, ter uma participação consciente e atuante em todo o processo eleitoral e ampliar nossa representatividade política em nível nacional”.

Para Clementino Vieira os trabalhadores devem acompanhar com atenção todas as ações e conquistas dos nossos sindicatos em defesa dos direitos trabalhistas, na geração de emprego, nas conquistas dos aumentos reais de salário e nos avanços trabalhistas e sociais no País. “É necessário, por intermédio de nossos próprios veículos de comunicação sindical, sites, jornais e boletins,  criarmos a opinião pública da classe trabalhadora e estabelecer a verdade sobre a importância do movimento sindical para a sociedade brasileira”.

Mônica Lourenço Veloso
, vice-presidente da CNTM, apresentou um vídeo sobre a 1ª Conferência Nacional da Mulher Metalúrgica, evento realizado no ano passado, em Praia Grande, com a participação de 120 trabalhadoras, dirigentes sindicais e assessoras de diferentes locais do País, para discutir formas de se organizar para construir e fortalecer as ações das trabalhadoras e as estratégias para aumentar a participação da mulher nos sindicatos metalúrgicos. “Agradeço os sindicatos que compreenderam a importância da participação de suas representantes na Conferência e a diretoria da CNTM pelo apoio à nossa luta pelo trabalho decente, sinônimo de igualdade e respeito às diferenças e à diversidade”.



Palestras

No segundo dia, 28 de maio, antes de aprovaram as contas da CNTM, os representantes participaram de debates atuais para o movimento sindical e para a categoria metalúrgica.

Marcos Verlaine, jornalista, analista político e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar/DIAP, falou sobre “As eleições, seus detalhes e desdobramentos”. Para ele, é fundamental o sindicalismo brasileiro apresentar uma agenda propositiva para todos os presidenciáveis nas eleições 2010 e continuar a pressão no Congresso Nacional para garantir os avanços sindicais, trabalhistas e sociais no País.

O analista do Diap lembra que, mesmo pequena, a atual bancada sindical foi capaz de reagir às investidas do neoliberalismo no Congresso Nacional, como a aprovação da Emenda 3, vetada pelo presidente da República, de lutar pelo aumento real do salário mínimo, pelo arquivamento do projeto de flexibilização da CLT, na defesa de aumentos reais do salário mínimo e dos aposentados, na atualização da tabela do imposto de renda, no apoio ao reajuste dos servidores e na legalização das centrais sindicais, entre outras ações.

Para Marcos, porém, é preciso ampliar a bancada sindical. “Os trabalhadores precisam eleger mais parlamentares – deputados federais e estaduais e senadores – comprometidos com a classe trabalhadora e com experiência sindical, tanto para dar sustentação a um governo democrático e popular quanto para enfrentar um cenário político mais conservador”.

Ele destacou outros desafios para o movimento sindical: lutar pela punição ao trabalho escravo, garantir sustentação financeira às entidades sindicais, incorporar mais mulheres e jovens nas lutas e entidades sindicais, promover a formação de dirigentes sindicais, desenvolver e valorizar uma imprensa sindical própria e ter uma participação mais ativa na política, por intermédio dos partidos políticos.

O dr. Zuher Handar falou sobre a “Programação de Saúde do Trabalhador para 2010”. Segundo ele, “é preciso despertar a consciência dos dirigentes sindicais com relação à saúde e segurança do trabalhador, trabalhar na identificação dos problemas e desenvolver de forma permanente as atividades específicas contra as doenças profissionais e os acidentes de trabalho”.  


Após sua palestra sobre “Organização Sindical e o Papel da Negociação Coletiva”, a Secretária de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Zilmara David de Alencar, disse que o movimento sindical brasileiro é um eterno parceiro na fiscalização das relações de trabalho, na luta pela geração de emprego e renda e pelo trabalho decente no País. “A CNTM representa uma categoria de vanguarda e é imprescindível para a luta conjunta por mais conquistas, mais direitos e melhorias nas relações de trabalho no Brasil”. 

Representatividade

A Assembleia da CNTM contou com a participação de José Alexandre de Oliveira Freire, representante do governo do Paraná, e dos dirigentes metalúrgicos das Federações: Delson José de Oliveira (MG), Cláudio Magrão (SP), Sérgio Butka (Paraná), José Fernandes (Nordeste), Carlos Altino (Goiás e Tocantis), Carlos Alberto Pascoal Fidalgo (RJ), representando o companheiro Dal Prá, José Isaias Vechi (SC), José Élvio Atzler de Lima (RS) e Carlos Lacerda (Norte), que também é diretor da CNTM, juntamente com os companheiros Valcir Ascari, Geraldino Santos, Carlos Albino, Ari Alano, Pedro Celso Rosa, Luiz Carlos de Miranda e Edison Luiz Venâncio, entre outros diretores e diretoras da Confederação, também presentes ao evento em Foz do Iguaçu.

Clementino Vieira, presidente da CNTM, afirmou que os representantes sindicais dos metalúrgicos demonstraram muita confiança e fecharam a Assembleia com “chave de ouro”. Para ele, o evento foi um sucesso pois englobou questões sindicais, políticas e de saúde e segurança do trabalhador. “Foi um momento de fortalecimento da categoria metalúrgica para as lutas do próximo semestre como as campanhas salariais e a retomada da luta pela redução da jornada de trabalho. Vamos, também, planejar seminários regionais das Federações filiadas à CNTM para fortalecer a mobilização da categoria em nível nacional”.  

Por Val Gomes
Assessor de Comunicação
www.cntm.org.br